464 anos da Capital paulista

Aniversário de São Paulo: "Testemunhar Deus na cidade", pede Dom Odilo

Dom Odilo presidiu a Missa desta quinta-feira, 25, em ação de graças pela conversão de São Paulo Apóstolo e pelo aniversário da capital paulista

Da redação

Cardeal Odilo Scherer durante homilia desta quinta-feira, 25 /Foto: Reprodução TV Canção Nova

A cidade de São Paulo comemora nesta quinta-feira, 25, 464 anos de sua fundação, dia em que a Igreja celebra a festa da conversão do patrono da capital paulista,  São Paulo Apóstolo. O arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer celebrou a data com uma Missa na Catedral da Sé que reuniu autoridades políticas, civis e eclesiásticas.

“Esta grande metrópole nasceu pequena e humilde ao redor da escola e da capela simples da Missão São Paulo Apóstolo dos Jesuítas”, recordou o Cardeal Odilo ao relatar que a data de inauguração de São Paulo corresponde ao dia da primeira missa celebrada na cidade. “A cidade de São Paulo nasceu ao redor de um altar”, frisou o arcebispo.

Nestas circunstâncias, o cardeal sinalizou a missão religiosa da Igreja na cidade: continuar a obra missionária dos primeiros fundadores da metrópole. “Somos chamados a testemunhar a presença de Deus nesta cidade e, a partir destas diversas circunstâncias que vivem esta cidade, reconhecer qual é a nossa missão hoje”, pediu Dom Odilo. Para isso, o arcebispo afirmou ser preciso o seguinte questionamento de São Paulo: “O que queres de nós Senhor?”.

Catedral da Sé durante a missa celebrada na manhã desta quinta-feira, 25 /Foto: Reprodução TV Canção Nova

De inimigo da cruz de Cristo e perseguidor dos cristãos, o apóstolo São Paulo tornou-se discípulo ardoroso e membro da comunidade cristã que antes perseguia, ato que significou, de acordo com Dom Odilo, uma mudança radical de vida, uma conversão até hoje admirada. “A conversão do apóstolo tem muito a nos ensinar. Depois do surpreendente encontro com o próprio Jesus Cristo, e da voz que lhe falou, ele se deixou interpelar, (…) e Paulo, ainda Saulo, perguntou: ‘Quem és tu? O que devo fazer?’”.

A dúvida de São Paulo permitiu, segundo o arcebispo, que o apóstolo ouvisse com atenção a voz de Cristo, que fosse invadido por uma luz nova, se reconhecesse errado e mudasse de direção para reorganizar sua vida. Esta luz recebida, possibilitou que São Paulo se tornasse um grande evangelizador e missionário, lembrou Dom Odilo. Ouvir o que o Espírito Santo diz é, segundo o arcebispo, a primeira ação da Igreja, neste que é mais um ano de preparação para o Sínodo Arquidiocesano — previsto para 2020 —.

“Não basta dizer que estamos fazendo, é preciso fazer de forma nova. É aqui e agora, nas circunstâncias mudadas da cidade, da cultura, do tempo, do convívio social, político e econômico, ouvir de forma nova a voz de Deus que nos interpela. O que queres senhor que eu faça? E aprendemos isso hoje, mais uma vez de São Paulo”, comentou Dom Odilo durante a homilia.

Imagem do apóstolo São Paulo da Catedral da Sé, em São Paulo /Foto: Reprodução TV Canção Nova

O arcebispo apontou algumas situações que a cidade de São Paulo deve “ouvir”, diante da voz de Deus expressa nos fatos: a grave pobreza, a injustiça social, as situações religiosas mudadas, as comunidades desanimadas, as Igrejas pouco frequentadas por jovens, o número pouco expressivo de crianças na catequese, a quantidade pequena de adolescentes nas celebrações do Crisma, os poucos casamentos religiosos e a diminuição das vocações sacerdotais e religiosas.

Dom Odilo prosseguiu a homilia pedindo aos fiéis para que, seguindo os conselhos do Papa Francisco, auxiliem as comunidades, dioceses e a Arquidiocese de São Paulo na missão de serem, cada vez mais, um Igreja em saída. “Ao comemorar a festa de São Paulo, nossa Arquidiocese volta-se para este grande apóstolo que viveu uma profunda conversão missionária. Pedimos sua intercessão para o Sínodo Arquidiocesano, que a seu exemplo tenhamos nós a mesma disposição de ouvir a voz de Deus, que nos fala de muitas formas, sobre a vida e missão da Igreja nesta cidade”, rogou.

Ao final, o cardeal pediu a Deus pelos governantes da cidade de São Paulo, para que edifiquem e contribuam sempre para o bem da metrópole, governando com solidariedade e justiça, para auxiliar a todos que nela habitam.

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