CONDOLÊNCIAS

Arcebispos de SP e RJ lamentam a morte do Papa Emérito Bento XVI

Dom Odilo e Dom Orani concederam entrevistas coletivas e lamentaram a morte de Bento XVI

Thiago Coutinho
Da redação

Dom Odilo e Dom Orani, em entrevistas coletivas distintas, falaram sobre a morte de Bento XVI / Foto: Reprodução Youtube

Na manhã deste sábado, 31, último dia do ano, os cardeais Odilo Pedro Scherer e Orani João Tempesta, arcebispos de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, concederam entrevistas coletivas sobre a morte do Papa Emérito Bento XVI.

“Este fim de ano nos surpreendeu por levar pessoas do nosso meio e vários artistas, pessoas de destaque na vida cultural e social”, disse Dom Odilo. Ele se recordou de algo inédito à Igreja com a morte de Bento XVI: Papa Francisco, além de tê-lo sucedido, também será responsável pelo funeral de seu sucessor.

“Um momento inédito na Igreja depois de muitos séculos, naturalmente. Lembro-me quando ele esteve na Catedral da Sé na tarde de 11 de maio de 2007, antes de partir para Aparecida. Algo que recordamos com muita alegria por aqui”, afirmou.

Para Dom Odilo, Bento XVI parte e deixa marcas profundas na Igreja contemporânea. “Além de todas as considerações pontuais, avalio que deixou marcas bem importantes. Primeiro porque foi um perito do Concílio Vaticano II e desde muito jovem. E também foi um intérprete muito autêntico das teologias do Concílio. Tenham certeza que Bento XVI ficará na história como um dos grandes Papas teólogos”, observou o cardeal de São Paulo.

Momento crucial à Igreja

Dom Odilo ressaltou que Bento XVI se tornou Papa em um momento muito difícil à Igreja. “Após um longo pontificado de João Paulo II, quase 27 anos, Bento foi eleito naquela situação de transição da Igreja, momento que havia muita vitalidade, mas muitos questionamentos sobre os rumos da Igreja, como na fé e questões morais. Ele colocou baliza sobre pontos que são irrenunciáveis à Igreja”, ponderou.

“Um homem que exerceu sua missão de maneira tal que influenciou a Igreja”, reforçou Dom Orani. “Ele trouxe muitas luzes às questões do mundo. Enquanto Papa, escreveu grandes obras, encíclicas e cartas apostólicas. Trabalhou bastante neste sentido. Escolheu o nome ‘Bento’ por conta de ‘Bento XV’, que viveu durante Primeira Guerra Mundial. Inspirou-se nele”, disse.

Dom Orani também se recorda com carinho quando Bento XVI escolheu o Rio de Janeiro como sede da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). “Recordo-me que em uma de nossas conversas deveríamos decidir quando realizá-la. Era um ano de Copa do Mundo ou Olimpíadas, não me recordo ao certo. Queríamos que a JMJ fosse depois de tudo isso. E ele disse: ‘vai ficar muito tarde, vamos fazer em 2013’. Creio que hoje, ao se despedir de nós, o Papa Emérito volta à Casa do Pai, ao encontro com Deus”, disse.

Bento XVI faleceu aos 95 anos neste sábado, 31. Bento faleceu às 9h34 (hora local, 5h34 em Brasília). Ainda na quarta-feira, 28, o Papa Francisco já havia pedido preces ao Papa Emérito, por conta de seu delicado estado de saúde.

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