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Dom Geraldo responde às questões levantadas na Assembléia

Após a celebração de encerramento da 46ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyra Rocha, atendeu à imprensa em entrevista coletiva. O bispo falou sobre as novas Diretrizes da evangelização no País e sobre os principais pontos abordados neste encontro.
.: Qual a missão desta Assembléia para a missão evangelizadora?

“Para a missão continental não se trata de inventar coisas novas, trata-se de continuar realizando este trabalho que a Igreja vem desenvolvendo com um novo espírito, um novo vigor e com mais entusiasmo. Queremos integrar neste conjunto o Ano Catequético e o Ano Paulino para elaborar um projeto com novo ardor missionário”.
.: Nesta Assembléia foi dito que a Igreja vai ao povo. Como isso acontece, concretamente?

“A Igreja não pode viver voltada para si mesma. Ela recebe de Jesus um mandato que foi comunicado aos apóstolos e que, até hoje, é transmitido a nós. “Ide por todo mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura”. Precisamos ir aos que estão longe, afastados. Iniciativas como visitas e acolhida já estão sendo promovidas.  Precisamos estar atentos a todos os ambientes para que Igreja seja presente e aponte o caminho do Evangelho de Jesus”.
.: Qual relação existe entre Igreja e política? O que foi discutido sobre o assunto nesta Assembléia?

“Mais de 30 entidades estão se articulando, junto a CNBB, nesta mobilização em vista da nova Lei de iniciativa popular para acabar com as expressões de corrupção no processo eleitoral. Aqueles que estão com pendência na justiça, com a aprovação desta lei, não poderão se candidatar, bem como, os que estão ameaçados de perder o mandato, não pdoerão renunciar para se ver livres do julgamento do Congresso e depois se candidatarem na eleição seguinte”.

.: O que foi discutido neste encontro, com relação a evangelização da juventude?

O tema “Juventude” já foi tratado em uma de nossas Assembléias que originou um documento muito importante. Não estamos, portanto, criando coisas novas. Estamos dando ênfase ao peso que a juventude representa para o Brasil. A Igreja busca caminhos para estabelecer diálogo com a juventude. É não só a Igreja busca estes caminhos. Os próprios pais e as escolas, por exemplo, muitas vezes, têm dificuldades de diálogo com jovens e busca novos rumos para este relacionamento. A Igreja quer mostrar ao jovem que não se pode deixar levar por tantos atrativos que o mundo oferece.

.: Na Assembléia foi divulgada nota em defesa da vida. O que a Igreja fará se lei, que permite uso de células-tronco embrionárias, for aprovada?

“A Igreja continuará afirmando o que sempre afirmou. O que é legal não é necessariamente ético. A posição da Igreja não é contra. É a favor. A favor da vida que se dá na fecundação e termina com a morte natural. A posição da Igreja é clara e definida, inclusive baseada em sérias e fortes posições científicas. Vida humana é digna de respeito e tem todos os seus direitos”.

.: Quais as novidades das novas Diretrizes de evangelização?

A grande novidade está na incorporação dos grandes elementos que vêm da Conferência Episcopal que aconteceu em Aparecida e que está sintetizada no próprio tema da Conferência que vai se repetindo como um refrão: ‘Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nEle os povos tenham vida’. Isto foi desdobrado em muitos aspectos, como o encontro com Jesus que se dá na Palavra, nos Sacramentos, na vida da comunidade eclesial, com irmãos, especialmente pelos pobres.

.: Qual é o papel dos leigos a partir das novas diretrizes?

“Esta é uma ênfase especial, como definimos na Conferência de Aparecida. A missão evangelizadora não é privilégio dos ministros ordenados ou das pessoas consagradas. Evangelizar também é responsabilidade dos leigos que devem levar Jesus com sua palavra e testemunho de vida à família, ao trabalhos, ao mundo da cultura, da economia, da educação e aos meios de comunicação. Temos que nos coscientizar de que é necessária a presença do cristão em todas as estrtuturas da sociedade. A vivência da fé não pode ser ‘privatizada'”.

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