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Conclusões do 3ª relatório da ONU sobre aquecimento global

Leia abaixo algumas das principais conclusões de um esboço de relatório a ser divulgado pelo painel de clima da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bangcoc, na sexta-feira.

O documento, elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC), analisa os custos do combate e adaptação às mudanças climáticas e os instrumentos disponíveis para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

Cientistas e autoridades de vários países reúnem-se desde segunda-feira para rever e aprovar o projeto de relatório, o terceiro a ser divulgado neste ano.

Aumento das emissões

“Sem um combate mais efetivo às mudanças climáticas e/ou a adoção de políticas de desenvolvimento sustentável, as emissões globais de gases do efeito estufa (GHG) continuarão a aumentar nas próximas décadas”, afirma.

O documento acrescenta ser preciso agir imediatamente para conter as emissões se houver o desejo de exercer um impacto de longo prazo no sentido de limitar as mudanças climáticas. Com base nas projeções atuais, as emissões globais do gás carbônico (CO2) estão previstas para aumentar em mais de 40 por cento, no mínimo, entre 2000 e 2030.

Grande parte desse aumento deve vir dos países em desenvolvimento, afirma o relatório. O setor de transportes é motivo de grande preocupação já que vem aumentando o uso de carros e aviões, o que resulta em uma elevação das emissões de gases do efeito estufa. Em 2004, o setor respondeu por 26 por cento do consumo mundial de energia.

O setor agropecuário também preocupa

“A demanda global por alimentos deve dobrar até 2050, provocando a adoção cada vez maior de práticas de produção intensiva (o que significa, por exemplo, um uso mais disseminado de fertilizantes nitrogenados). Além disso, o aumento previsto no consumo de produtos animais deve elevar as emissões de metano e dióxido de nitrogênio.”

Instrumento e Pesquisa

O relatório diz que os níveis de GHG podem ser estabilizados por meio do uso “de uma variada gama de tecnologias que já estão comercialmente disponíveis hoje e de tecnologias que devem passar a ser comercializadas nas próximas décadas, caso sejam fornecidos os incentivos apropriados.”

Isso inclui a adoção de combustíveis alternativos, a construção de usinas de força mais eficientes, o aumento do uso da energia nuclear, a construção de prédios e casas mais eficientes e a utilização de materiais de construção e de iluminação mais eficientes, além da adoção de práticas e instrumentos agrícolas mais eficientes.

“Um ”preço do carbono” positivo intensificaria os incentivos para os produtores e consumidores investirem de forma significativa em produtos, tecnologias e processos com baixa taxa de emissão de carbono. Além disso, incentivos adicionais na forma de fundos governamentais e de regulamentações são também importantes.”

Custos

O quanto mais rápido e mais profundamente as emissões forem reduzidas, mais custoso será para as economias mundiais, diz o documento.

Até 2030, os custos para deixar que a concentração de gases do efeito estufa suba até 650 ppmv (partes por milhão de volume) do equivalente em CO2 são de 0,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, afirma. Atualmente, a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, que aumenta rapidamente, está em 430 ppmv de dióxido de carbono.

O CO2 é o principal gás do efeito estufa, seguido pelo metano e por quatro outros gases abarcados por tratados internacionais.

“Para estabilizar os níveis de concentração em algo entre 445 e 535 ppmv do equivalente em CO2, os custos ficariam em menos de 3 por cento do PIB global.”

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