Campanha Junho Vermelho visa conscientizar sobre a doação voluntária de sangue, principalmente nesta época em que o número de doações diminui
Huanna Cruz
Da Redação
Foto: Ministério da Saúde
O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado nesta sexta-feira, 14. A data foi criada por iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2014, e o dia escolhido é uma homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner (14 de junho de 1868 – 26 de junho de 1943), um imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e várias diferenças entre os diversos tipos sanguíneos.
Além desta data, este mês de junho foi escolhido para a realização da campanha Junho Vermelho, que visa conscientizar sobre a doação voluntária de sangue. No Estado de São Paulo, há uma lei que instituiu a campanha no estado: Lei nº 16.398, de 15/03/2017.
Coordenador do Setor de Captação de Doadores do Banco de Sangue de (SJC – Grupo Pulsa), Paulo Pontes / Foto: Arquivo pessoal
De acordo com o coordenador do Setor de Captação de Doadores do Banco de Sangue de São José dos Campos (SP), Paulo Pontes, esta campanha foi criada para incentivar a doação de sangue entre o final do outono e o inverno, um período crítico para os bancos de sangue.
“Nesta época, as temperaturas começam a cair e registramos uma queda nas doações. O frio das manhãs inibe as doações e muitos candidatos apresentam doenças típicas do inverno, como resfriados, gripes, rinites e bronquites, que impedem a doação temporariamente. Este ano, como agravante, registramos um aumento nas transfusões de sangue e na demanda por plaquetas devido à epidemia de dengue”, destaca.
A médica hemoterapeuta e hematologista da Pró-Sangue, Dra. Sandra Camargo Montebello, lembra que vários hemocentros “abraçam” esta campanha, em âmbito nacional. “O objetivo desta data é homenagear a todos os doadores de sangue e conscientizar os não-doadores sobre a importância deste ato, que é responsável pela salvação de milhares de vida”, afirma.
Paulo Pontes enfatiza que a doação de sangue é um gesto de solidariedade e amor ao próximo que salva vidas. “O sangue doado é utilizado em pacientes submetidos a tratamentos contra o câncer, durante cirurgias e
Médica hemoterapeuta e hematologista da Pró-Sangue, dra. Sandra Camargo Montebello / Foto: Arquivo Pessoal
em vítimas de acidentes graves, entre outros. O sangue é ainda mais necessário em situações emergenciais, como desastres naturais ou acidentes com múltiplas vítimas. Nessas situações, a disponibilidade de sangue pode ser a diferença entre a vida e a morte. Doar é um ato de compaixão que fortalece os laços de uma comunidade”, ressalta.
Dra. Sandra Camargo complementa: “Tudo que acontece na sociedade impacta de certa forma na doação de sangue. Mas há algumas ocasiões e períodos em que há um registro menor da coleta, como férias escolares, feriados, campanhas de vacinação, frio, surto de alguma doença entre outros”.
Bancos de sangue
Paulo Pontes explica que é importante doar sangue regularmente para assegurar que os bancos de sangue estejam abastecidos para atender às necessidades dos hospitais.
Atualmente, menos de 2% da população brasileira doa sangue. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o ideal seria que entre 3% e 5% da população doasse”, enfatiza o coordenador do Setor de Captação de Doadores do Banco de Sangue de (SJC – Grupo Pulsa).
Doadores de Sangue
Hugo Yamashita de Moura, da cidade de Cachoeira Paulista (SP), conta que tornou-se um doador de sangue no ano de 2002, a partir de uma ação solidária na universidade em que estudava.
“Desde então, sou doador de sangue e medula. Decidi doar sangue, pois conheci a importância desse ato. Muitas pessoas necessitam receber sangue. Seja devido a alguma grande cirurgia ou até mesmo em caso de deficiências no sangue (exemplo: evitar alguma deficiência grave, como a anemia). E, como cristão, enxergo a doação de sangue como uma forma de solidariedade e de salvar vidas. Para mim, a doação de sangue é um gesto de amor ao próximo”, afirma.
A iniciativa de Hugo contagiou também sua esposa, Franciely Jung Farina de Moura. Ela conta que começou a doar por incentivo dele, ainda quando eram namorados, e depois a doação de sangue se tornou um hábito para os dois.
A doadora Marisa Aparecida Simião de Campos, de Cachoeira Paulista (SP), enfatiza a importância da doação de sangue. “Estou dando algo de mim mesma e que não me fará falta, pelo contrario, me faz ver a dor do outro, a necessidade do outro que luta para viver. A vida nos foi dada por Cristo, Ele mesmo se deu por inteiro a todos nós e eu quero fazer um pouquinho, não importa a quem e mesmo que eu não saiba quem seja”, afirma.
Quem pode doar?
Doar sangue é simples, rápido e seguro. Os principais requisitos são:
• Estar saudável.
• Ter entre 16 e 69 anos (desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos).
• Menores de idade devem estar acompanhados de um dos pais.
• Pesar no mínimo 50 kg.
• Trazer um documento oficial com foto.
• Ter dormido no mínimo 6 horas.
• Não estar em jejum (evitar leite, derivados do leite e alimentos gordurosos; pode-se tomar café preto, comer pão com geleia ou mel e uma fruta).
Saiba mais sobre os requisitos para doar sangue no site: www.shhsjc.com.br.
Como saber o tipo de sangue e qual é o mais necessário para a doação de sangue?
Paulo Pontes explica que para descobrir seu tipo de sangue, a pessoa pode realizar um teste de tipagem sanguínea, que é simples, rápido e pode ser solicitado por um médico. Após a doação de sangue, também é possível saber o tipo sanguíneo. Os tipos de sangue são classificados pelo sistema ABO (A, B, AB, O) e pelo fator Rh (positivo ou negativo).
“O tipo de sangue mais necessário pode variar de acordo com a região e a demanda. No entanto, o tipo O- é frequentemente o mais necessário, pois é considerado doador universal e pode ser transfundido em pacientes de qualquer tipo sanguíneo, sendo usado em situações emergenciais. O tipo O+ também é bastante necessário, por ser o mais transfundido”.
Entretanto, Pontes esclarece que existem várias restrições e critérios para garantir a segurança tanto do doador quanto do receptor. “Quem fez tatuagem, por exemplo, deve esperar 6 meses para doar. Alguns medicamentos, vacinas, cirurgias e procedimentos impedem a doação temporariamente”.
Para esclarecer dúvidas, o candidato à doação deve entrar em contato com o hemocentro mais próximo de sua localidade.
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