A ação do Espírito liberta os discípulos paralisados pelo medo: disse o Papa aos membros de comunidades católicas francófonas
Da Redação, com Vatican News
Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta sexta-feira, 14 de outubro, na Sala do Consistório, no Vaticano, os participantes da iniciativa chamada Dias Pastorais, um grupo de 65 pessoas. Trata-se de membros de comunidades católicas francófonas no mundo as quais, vivendo no exterior, buscam partilhar a fraternidade para viver juntos a alegria do Evangelho.
O Pontífice agradeceu a visita destes fiéis de língua francesa, nestes dias de formação em Roma, acompanhados de seus irmãos bispos.
Francisco afirmou que estes dias de formação pastoral que eles estão passando em Roma, refletindo juntos sobre o processo sinodal da Igreja, são um sinal de comunhão: comunhão de suas comunidades locais com as dioceses onde eles estão; comunhão com a Igreja na França; e comunhão com o Papa e a Igreja universal.
Partindo da Palavra de Deus, o Papa ofereceu aos visitantes algumas reflexões, em sintonia com o estudo aprofundado deles estes dias em Roma sobre a sinodalidade na Igreja.
Um só coração
A primeira coisa que noto, disse Francisco, é que os discípulos de Jesus, depois de sua Ascensão, começam a se reunir no Cenáculo. Todos eles estão unidos “com um só coração” (cf. Atos 1,14). “Também nós somos chamados a nos encontrar e permanecer unidos, e a nos voltarmos para os outros, a nos deixarmos interpelar pelas perguntas de nossos irmãos, a nos ajudarmos uns aos outros e a nos enriquecermos mutuamente na diversidade de carismas, vocações e ministérios”.
O Pontífice afirmou que com os cristãos locais eles são chamados a formar um só coração, a ser uma comunidade não fechada em si mesma em isolamento estéril, mas como uma parte ativa da Igreja local. Encontrar rostos, cruzar olhares, compartilhar a história de cada um: esta é a proximidade de Jesus que somos chamados a experimentar.
Francisco lembrou que um encontro pode mudar uma vida e que o Evangelho está cheio desses encontros com Cristo que elevam e curam.
Sínodo, um caminho de discernimento espiritual
Voltando seu olhar para o caminho sinodal, o Santo Padre ressaltou que o Sínodo é um caminho de discernimento espiritual, de discernimento eclesial, que se realiza sobretudo em adoração, em oração, em contato com a Palavra de Deus, e não a partir da própria vontade, das próprias ideias ou dos próprios planos.
“A sinodalidade pressupõe a escuta: devemos desenvolver a escuta na Igreja. É desta forma que Deus nos mostra o caminho a seguir, tirando-nos de nossos hábitos, chamando-nos a tomar novos caminhos como Abraão. Precisamos ouvir Deus que fala conosco, e não apenas ouvi-lo de forma distraída. Pois a Palavra de Deus é ‘viva, e eficaz’”, observou o Papa.
Por fim, o Papa os exortou a continuar caminhando juntos todos os dias, todos unidos, sob a orientação do Espírito Santo, para ser a Igreja em saída, que não tem medo de sair para o estranho, para o irmão que espera que lhe traga a Boa Nova do amor misericordioso de Deus por todo homem.