Pobreza extrema atinge 235 milhões de pessoas em todo o planeta
Da redação, com Reuters
A pandemia de coronavírus está elevando a cifras inéditas o número de pessoas que necessita de ajuda humanitária para sobreviver em todo o mundo, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, 1º, o que aumentou as fileiras das vítimas da pobreza extrema dramaticamente em somente um ano.
Uma de cada 33 pessoas precisará de ajuda para necessidades básicas, como alimento, água e saneamento, em 2021, um aumento de 40% em relação a este ano, relatou a ONU em seu Panorama Humanitário Global 2021.
São 235 milhões de pessoas em todo o planeta, concentradas na Síria, Iêmen, Afeganistão, República Democrática do Congo e Etiópia, disse o relatório.
“A crise está longe de ter acabado”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em um comunicado. “Os orçamentos de ajuda humanitária enfrentam carências graves à medida que o impacto da pandemia global continua a piorar.”
“Se todos os que precisarão de ajuda humanitária no ano que vem vivessem em um país, seria a quinta maior nação do mundo”, disse o chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock. “A pandemia é um massacre nos países mais frágeis e vulneráveis”, acrescentou.
A ONU estabeleceu 34 planos de reação humanitária para 56 países em 2021, com a meta de ajudar 160 milhões do que prevê que serão 235 milhões das pessoas mais vulneráveis enfrentando fome, conflitos e os impactos da mudança climática e da pandemia de coronavírus.
“Sempre visamos alcançar cerca de dois terços dos necessitados porque outros, por exemplo a Cruz Vermelha, tentarão preencher a lacuna restante”, explicou Lowcock.
Países doaram o valor recorde de 17 bilhões de dólares para a reação humanitária coletiva em 2020, alcançando 70% das pessoas carentes visadas –um aumento de 6% na comparação com 2019, segundo o relatório.
Mas a ONU alertou que isto é menos da metade dos 35 bilhões de dólares necessários para conter a fome generalizada, combater a pobreza e manter crianças nas escolas, e apelou por contribuições financeiras de países ricos.
“Agora o mundo rico consegue ver a luz no fim do túnel”, disse Lowcock em um comunicado. “O mesmo não é verdade nos países mais pobres.”
Ele afirmou que, embora os 35 bilhões de dólares para 2021 são uma cifra alta, disse se tratar de uma quantia “muito pequena” quando comparada ao que países ricos gastaram protegendo seus cidadãos durante a pandemia.