Especialista explica que investir em responsabilidade ambiental pode ser um grande negócio não apenas para a imagem da empresa
André Prado*
Consumidores já olham com bons olhos para as empresas que investem em responsabilidade ambiental. Esta ação inclusive resulta na escolha de produtos e serviços por parte de clientes em alguns países. Mas será que compensa para as organizações investir em ações em prol do meio ambiente?
É necessário frisar que a primeira finalidade de uma empresa é a obtenção de lucro. Somente depois de capitalizada, para que as ações sejam sustentáveis e duradoras, a organização deve pensar em investir em responsabilidade socioambiental. Entretanto, cabe lembrar que fazer propaganda enganosa sobre este quesito apenas para favorecer a imagem perante o consumidor poderá resultar em perda de clientes.
Sabe-se que muitos dos meios utilizados para produzir no mundo são poluidores e prejudicam o planeta. Aliás, existem vários tipos de geração de energia que trazem danos significativos ao meio ambiente, como: termoelétricas, carvão, petróleo e outras. As hidrelétricas também causam sérios problemas ambientais devido à inundação de grandes áreas.
Mas ainda bem que existem maneiras de gerar energia limpa, tais como: energia eólica, geotérmica, maremotriz e solar. A energia magnética também tem sido usada e testada em situações específicas.
A questão é que alguns países preferem investir em energias poluidoras em função da lucratividade, alegando que o investimento para produzir energia limpa é inviável financeiramente. Mas será que esta alegação tem fundamento?
Países desenvolvidos já estão focados no desenvolvimento de energias renováveis, inclusive produzindo equipamentos com custos minimizados para este tipo de geração. Por exemplo, sabe-se que o Reino Unido banirá veículos movidos a diesel e gasolina até o ano de 2040.
Porém, alguns países em desenvolvimento ou emergentes demorarão mais tempo para substituir as energias poluidoras pelas energias limpas. Isto se dá porque muitos governos destes países possuem estatais com reservas principalmente de combustíveis fósseis, tendo interesse na venda e utilização de petróleo, carvão mineral e gás natural para obtenção de lucro.
Os custos empresariais
Diversas podem ser as despesas para uma empresa produzir produtos e serviços, entre estas os custos fixos e variáveis. Os custos fixos são as despesas constantes no negócio enquanto os gastos variáveis são aqueles que se alteram dependendo da quantidade produzida.
Unindo estes dois custos, várias são as despesas de uma organização, entre elas: limpeza, água, aluguel, salários, internet, telefone, impostos, matéria-prima, comissões, terceirizações, manutenção, embalagens, propaganda e energia e assim por diante.
No que se refere à energia, esta representa uma parcela que não pode ser desprezada para a geração de produtos e serviços. Por esse motivo, empresas que possuírem reservas financeiras devem avaliar a possibilidade de investir em energia limpa para minimizar seus custos ao consumidor por meio de um preço de comercialização mais atrativo.
Alguns estudos apontam que investir em energia solar fotovoltaica, dependendo da dimensão da instalação, o investimento pago em aproximadamente cinco anos pode ter retorno de pelo menos quatro vezes este tempo livre de despesas com pagamento de energia. Imagine quanto isto pode representar em termos de diminuição dos custos para os clientes em um mercado concorrido onde o preço baixo é um atrativo para o consumidor?
Em suma investir em responsabilidade ambiental pode ser um grande negócio não apenas para a imagem da empresa perante o consumidor, mas também para o meio ambiente, a sociedade como um todo, o cliente que pagará menos pelas mercadorias e a empresa que terá seus custos reduzidos.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br