Acolhimento, proteção e promoção dos migrantes será tema da nova campanha da Cáritas International
Da redação, com Rádio Vaticano
Nesta quarta-feira, 27, a Cáritas lança a campanha “Share the Journey”, traduzida no Brasil para “Compartilhe a Viagem”. A campanha promoverá a acolhida dos migrantes e dos refugiados por meio da partilha das suas esperanças. “Os migrantes não são estatísticas, não são números, mas pessoas” declarou em entrevista o Presidente da Caritas International, Cardeal Luis Antonio Tagle. O Papa Francisco vai lançar esta campanha também na quarta-feira, durante a Audiência Geral.
“É um momento para recordar não somente aos cristãos, mas a todo o mundo, o mandamento do Senhor que sempre tem no coração as pessoas mais vulneráveis”, afirmou o Cardeal Tagle, destacando que este objetivo se expressa nas palavras do Papa Francisco quando fala de acolher, de proteger, de promover o desenvolvimento integral humanitário de cada imigrante e de integrar os migrantes em uma nova comunidade.
Leia também
.: Papa pede acolhimento e integração de migrantes e refugiados
A escolha da migração como tema da campanha mundial da Cáritas, é para o cardeal, uma forma de relembrar ao mundo que a migração não é um novo fenômeno, e sim parte da história da humanidade. Só que agora, fatores como novas formas de escravidão e venda de crianças tornaram a migração “perturbadora”. A dignidade da pessoa tornou-se uma questão abstrata, que para a Igreja, precisa ser recordada, de acordo com o cardeal. “Papa Francisco, fiel à Doutrina Social da Igreja, coloca a dignidade da pessoa no centro”.
Diante da constatação da construção de tantos muros em diversos países, o presidente da Caritas alertou que, antes de construir muros físicos, já foi construído o muro da mentalidade. Nesse sentido, a campanha da Caritas busca justamente essa mudança de mentalidade.
“Esta Campanha da Cáritas é um apelo à conversão, à mudança de mentalidade por meio dos encontros pessoais, porque quando encontramos um migrante como pessoa, face a face, um na frente do outro, os meus olhos se abrem; não vejo somente uma estatística ou um número, mas uma pessoa verdadeira que é um irmão, uma irmã, alguém próximo. Vejo talvez o rostos de meus pais, de meu irmão, de minha tia, de meu tio. É desta forma que começa a mudança de mentalidade: cai o muro e se constrói a ponte!”.