O Papa Francisco iniciou sua viagem à Geórgia e ao Azerbaijão na sexta-feira, 30, e seguirá agenda de compromissos até neste domingo, 2.
Da redação, com Rádio Vaticano
“A fraternidade invocada no lema da viagem de Francisco já é vivida em muitos aspectos pelos líderes religiosos do país e servirá para relançar ao mundo de hoje uma importante mensagem”, afirma o Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean Louis Tauran.
O Papa Francisco iniciou sua viagem à Geórgia e ao Azerbaijão na sexta-feira, 30, e seguirá agenda de compromissos até neste domingo, 2.
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Para o cardeal Tauran, esta viagem tem a particularidade de ser, de qualquer maneira, a continuação da recente viagem que o Papa fez à Armênia. “Sabemos das fortes tensões existentes entre os dois países. As religiões e os seus líderes, assim como também os seus seguidores, têm uma responsabilidade e uma missão especial pelo diálogo, a reconciliação e a paz”, disse.
Leia a entrevista:
Atualmente, como está o diálogo entre judeus, cristãos e muçulmanos no Azerbaijão?
“As informações que temos são positivas. Os líderes religiosos apareceram mais de uma vez juntos, viajam juntos; vieram a Roma juntos. Por outro lado, o próprio governo toma a iniciativa de promover o diálogo intercultural e inter-religioso. Portanto, diria que é um ambiente favorável”.
Eminência, hoje será a terceira vez que o Papa Francisco entrará em uma mesquita, ao lado de um importante líder muçulmano. O senhor poderia nos dizer se existe algum passo, se existe alguma mudança em andamento em relação ao mundo muçulmano?
“Não, coisas novas não. Porém, é importante, porque o Xeique muçulmano de confissão xiita, tem também uma grande responsabilidade a nível regional e usufrui de um grande respeito e simpatia. Os refugiados e os imigrantes, sem distinção de etnia e religião, são acolhidos. Penso que seja importante encorajar esta orientação”.
O que este encontro em Baku entre o Papa e o Xeique poderá dizer ao mundo de hoje, com os seus problemas, os seus questionamentos, sobretudo, em relação ao terrorismo, à desconfiança em relação ao outro, o ceticismo e a guerra conduzida em nome da religião?
“Antes de tudo penso que difundirá uma mensagem de paz e de fraternidade, em particular para o Cáucaso onde não faltam tensões de fundo étnico e religioso. E depois, uma outra mensagem para aquela região e para o mundo: o diálogo – e não a guerra – é o caminho principal, o único digno de ser percorrido em direção à justiça e a paz. O diálogo é conhecer-se, apreciar-se, saber escutar. Estas atenções às pessoas no ordinário da vida são muito importantes, porque é lá que se cria uma cultura da paz e que nasce a esperança”.