Conferência dos religiosos anuncia empenho para aplicar novas medidas da Conferência Episcopal Francesa na luta contra a pedofilia
Rádio Vaticano
A Conferência dos Religiosos e das Religiosas da França (Corref) “associa-se aos esforços assumidos pela Conferência Episcopal francesa (CEF)” na luta contra a pedofilia na Igreja.
É o que se lê no comunicado divulgado recentemente, que em linha com as novas medidas tomadas pelo Conselho Permanente da CEF em abril passado, sublinha em particular a importância fundamental “de uma escuta atenta e pessoal das vítimas”.
A Corref reitera o compromisso de todas as Congregações religiosas da França em assinalar às autoridades judiciárias os casos de abusos e tomar medidas adequadas e sanções canônicas contra os responsáveis.
Uma chaga que envolve toda sociedade
“Sabemos que a questão da pedofilia diz respeito a toda sociedade humana: as famílias, mas também à escola, às associações juvenis e muitos outros lugares. É necessário, portanto, enfrentar esta chaga na sua globalidade – afirma o comunicado. A Igreja, como toda instituição humana, defronta-se com os mesmos problemas e deve procurar dar uma resposta adequada a eles”.
Nesta direção age a Corref que – sublinha a nota – recordou regularmente aos Superiores religiosos “suas responsabilidades diante dos casos de pedofilia”, em conformidade com o Direito canônico e o Direito civil francês.
“A Corref está convencida que somente lançando luz sobre estes casos se poderá levar à verdade e à reconciliação”, conclui o comunicado.
Novas medidas adotadas
Entre as medidas adotadas pela CEF, na onda dos escândalos que abalaram a Arquidiocese de Lyon, figura a instituição em todas as dioceses e províncias eclesiásticas de “células” locais de vigilância; a realização de um site voltado unicamente à acolhida das vítimas que permitirá precisamente colocar as pessoas envolvidas em contatos com as “células” presentes no território; a criação de um e-mail, aberto a qualquer pessoa que deseje fazer uma denúncia ou pedir informações.
Prioridade às vítimas
As medidas seguem a linha indicada pelos bispos em sua última plenária primaveril realizada em Lourdes: dar prioridade às vítimas, assegurando a elas os meios e instrumentos para serem “acolhidas, ouvidas e acompanhadas”. Os bispos franceses decidiram também instituir uma “Comissão nacional Independente” que será ativa a partir dos meses de verão deste ano e que será presidida por uma personalidade leiga qualificada e formada por magistrados, psicólogos e familiares das vítimas.
Caberá à Comissão aconselhar os bispos na avaliação dos padres que cometeram atos repreensíveis. Dará prosseguimento ao seu trabalho, por outro lado, a “Célula Permanente de Luta contra a pedofilia”, instituída junto à Presidência da Conferência Episcopal com a missão de prevenir, formar os diversos agentes pastorais, acompanhar, coordenar e aconselhar as células locais, assim como dialogar com as associações das vítimas.