Acolher e praticar a Palavra de Deus foram as necessidades apresentadas pelo pregador da Casa Pontifícia no retiro da Cúria Romana
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco participou na manhã desta sexta-feira, 26, da segunda pregação da Quaresma, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano. O pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa, propôs aos colaboradores da Cúria Romana uma reflexão sobre a constituição conciliar dogmática Dei Verbum, principalmente no que diz respeito à prática e à meditação pessoal.
“Nenhuma voz humana atinge o homem com a profundidade com a qual atinge-o a Palavra de Deus”, afirmou. O frade capuchinho se inspirou nos passos propostos por São Tiago, sendo o primeiro deles a escuta da Palavra.
“Esta primeira etapa abraça todas as formas e os modos com que o cristão entra em contato com a palavra de Deus: escuta da Palavra na liturgia, escolas bíblicas, subsídios escritos e – insubstituível – a leitura pessoal da Bíblia.”
O segundo passo sugerido por São Tiago consiste no “fixar o olhar” na Palavra, estar por muito tempo na meditação ou na contemplação da Palavra.
Já a terceira etapa consiste na obediência à Palavra, isto é, colocá-la em prática. “Obedecer à Palavra de Deus significa, na prática, seguir as boas inspirações. O nosso programa espiritual depende, em grande parte, da sensibilidade às boas inspirações e da prontidão com que respondemos a elas”, recordou frei Raniero, que concluiu sua pregação com o pensamento de um antigo Padre do deserto, João Cassiano.
“A nossa mente, dizia, é como um moinho; o primeiro grão que é colocado na manhã é o que continua a moer durante todo o dia. Apressemo-nos, portanto, a colocar neste moinho, desde o primeiro momento da manhã, o bom grão da palavra de Deus. Caso contrário, vem o demônio e coloca a erva daninha que, durante todo o dia, fará a moedura. A palavra particular que colocamos hoje no moinho da nossa mente é o proposto como lema do ano jubilar: “Sede misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso”.