“Meu nome é Sandra Tsiligeridu, tenho 42 anos e não sou uma heroína. Fiz somente o que os seres humanos fazem”, disse
Da redação, com Aletheia
Em meio ao cenário de dor que o mundo tem presenciado, gestos de bondade aparecem como uma flor no deserto – ou melhor, no Mediterrâneo, no testemunho concreto de uma turista grega que salvou um jovem sírio que passou 13 horas lutando para viver em alto mar.
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“Meu nome é Sandra Tsiligeridu, tenho 42 anos e não sou uma heroína. Fiz somente o que os seres humanos fazem. Todos teriam se comportado como eu, se estivessem no um lugar”, disse ao jornal italiano Repubblica.it.
A mulher salvou da morte o jovem Mohammed. A foto que deu a volta ao mundo é considerada por muitos alguns a Pietá moderna (a escultura de Michelangelo exposta na Basílica de São Pedro): uma mãe que abraça um filho ferido e o conforta em seu colo.
O fato ocorreu quando Sandra, que viajava em companhia de sua filha de 8 anos e seu esposo, no último dia 27 de agosto à tarde, voltava de lancha de uma excursão perto da ilha Peserimos, na Grécia.
Ela contou que viu as mãos do jovem na superfície da água. “Percebi que era um homem em apuros e comecei a gritar. Então, nós nos aproximamos”. Ela conta que não conseguia parar de chorar ao ver a situação do sírio, e só repetia: “Pobre homem… Pobre homem…”.
Assim que conseguiram colocá-lo na lancha, ainda tremendo, em estado de hipotermia, o jovem se apresentou: “Meu nome é Mohammed Besmar e venho da Síria”. Depois, ele perguntou à mulher: “Por que você está chorando?”. Segundo a moça, a resposta que pôde dar foi um silêncio e o abraço consolador.
Mohammed partiu da Síria com outras 40 pessoas. No meio da viagem, um dos remos do barco caiu no mar e ele foi recuperá-lo. No entanto, as ondas o afastaram da embarcação.
Depois do gesto simples da família Tsiligeridu, Mohammed não é mais um número nas estatísticas de mortes no Mediterrâneo. A foto deste encontro se tornou um símbolo da misericórdia em meio ao sofrimento de quem precisa deixar sua terra para fugir da dor.