“O homem de hoje não gosta de pensar que é Deus que liberta e salva, e se ilude que a própria liberdade seja a força para obter tudo”, disse o Papa
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco retomou neste sábado, 10, as audiências jubilares no âmbito do Ano Santo da Misericórdia, depois de dois meses de pausa. Na Praça São Pedro, diante de milhares de fiéis, Francisco dedicou sua catequese ao tema da redenção.
“A palavra ‘redenção’ é pouco usada, mas é fundamental porque indica a mais radical libertação que Deus poderia realizar para nós, para toda a humanidade e para toda a criação”, afirmou o Pontífice. Para Francisco, o homem de hoje não gosta de pensar que é Deus que liberta e salva, “e se ilude que a própria liberdade seja a força para obter tudo. Ele inclusive se vangloria disso”.
“Mas na realidade não é assim. Quantas ilusões são vendidas sob o pretexto da liberdade e quantas novas escravidões são criadas nos nossos dias em nome de uma falsa liberdade! Quantos escravos: ‘faço isso porque quero, consumo droga porque gosto, sou livre’. São escravos em nome da liberdade. Todos nós conhecemos pessoas assim que, no final, acabam por terra. Precisamos que Deus nos liberte de toda forma de indiferença, de egoísmo e de autossuficiência”, disse.
Francisco prosseguiu dizendo que o Senhor não só assumiu a condição humana, mas a elevou à possibilidade de filhos de Deus. “Cristo se sacrificou por nós para que pudéssemos receber uma nova vida, feita de perdão, de amor e de alegria. Tudo aquilo que Ele assumiu, foi também redimido, libertado e salvo”.
Por isso, considerou o Papa, nos momentos difíceis da vida é preciso concentrar o olhar em Jesus crucificado, que sofre junto ao homem, como prova certa de que Deus não o abandona. “Jamais nos esqueçamos de que nas angústias e nas perseguições, assim como nas dores cotidianas, somos sempre libertados pela mão misericordiosa de Deus, que nos eleva a Si e nos conduz a uma vida nova”, reiterou.
“O amor de Deus não tem limites, sobretudo pelo pequenos, pelos pobres. Quanto mais necessitamos, mais o seu olhar sobre nós se enche de misericórdia. Ele nos perdoa sempre. Por isso, queridos irmãos e irmãs, abramo-nos a Ele, acolhamos a sua graça”.
Terremoto
Após a catequese, ao saudar os peregrinos italianos, o Papa dirigiu seu pensamento aos membros da Proteção Civil, que deveriam estar da Audiência, mas cancelaram a participação para continuar os socorros e a assistência às populações atingidas pelo terremoto de 24 de agosto passado.
Francisco saudou ainda os participantes do Jubileu das Universidades e dos Centros de pesquisa, fazendo votos de que o ensino seja rico de valores, para formar pessoas que saibam fazer frutificar os talentos que Deus lhes confiou.