Francisco recordou que a humanidade tem necessidade de justiça, reconciliação e paz, e pediu a todos uma atitude de solidariedade fraterna.
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco recordou que a Quaresma “é o caminho de conversão, de luta contra o mal, com as armas da oração, do jejum, da misericórdia”.
Antes do Angelus, o Papa comentou como de costume a liturgia desde domingo. Segundo Francisco esta liturgia evoca “uma das verdades mais reconfortantes: a Providência divina”. Francisco explicou porém que a providência pode parecer ilusória a quem vive em situação de precariedade ou de miséria, mas que as palavras de Jesus são atuais, e recordam que não se pode servir a dois senhores: Deus e a riqueza.
“Enquanto cada um cuidar de acumular para si, nunca haverá justiça. Se, pelo contrário, confiando na providência de Deus, procurarmos conjuntamente o seu Reino, então não faltará a ninguém o necessário para viver de modo digno”.
“Um coração ocupado pela avidez de possuir é um coração vazio de Deus”, advertiu o Papa. “Num coração possuído pelas riquezas, não há muito lugar para a fé”. O Papa destacou que só dando a Deus o lugar que lhe compete, o primeiro lugar, é que somos levados pelo amor a partilhar os bens com quem precisa, ao serviço de projetos de solidariedade e de desenvolvimento.
“O caminho indicado por Jesus pode parecer pouco realista, em relação à mentalidade comum e aos problemas da crise económica, mas, pensando bem, conduz-nos à justa escala de valores. Diz Jesus ‘A vida não vale mais do que o alimento, mais do que a roupa?’ Para fazer com que a ninguém falte pão, água, roupa, casa, trabalho, saúde, é preciso que todos nos reconheçamos filhos do Pai que está nos céus, e portanto irmãos entre nós, e nos comportemos em conformidade”.
O Papa concluiu recordando o tema do Dia Mundial da Paz, celebrado 1 de janeiro: “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”, dirigindo o olhar para Nossa Senhora, Mãe da divina providência: A ela confiamos a nossa existências, o caminho da Igreja e da humanidade.
Ucrânia
O Papa Francisco recordou hoje que “a humanidade tem necessidade de justiça, de reconciliação e de paz” e pediu a todos uma atitude de reconciliação e de solidariedade fraterna em relação a “todos os que, nestes tempos, são provados pela indigência e por conflitos armados”.
Não faltou um apelo à oração pela Ucrânia: “Peço-vos que continueis a rezar pela Ucrânia, que está a viver uma situação delicada. Ao mesmo tempo que faço votos de que todas as componentes do país se empenhem em superar as incompreensões e em construir conjuntamente o futuro da Nação, dirijo à comunidade internacional um premente apelo para que apoie toda e qualquer iniciativa a favor do diálogo e da concórdia”.