O cardeal maltês e secretário geral do Sínodo dos Bispos, dom Mario Grech, fala sobre as expectativas da viagem do Papa à ilha de Malta
O cardeal Mario Grech, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos / Foto: Reprodução Youtube
Da redação, com Vatican News
A iminente viagem do Papa Francisco à ilha do Mediterrâneo, a República de Malta, que deveria ter sido realizada em março de 2020, será finalmente posta em prática no próximo fim de semana. O cardeal Mario Grech, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, que é maltês e foi bispo da ilha maltesa de Gozo de 2005 a 2019, fará parte da comitiva do Papa nesta Viagem Apostólica. A Rádio Vaticano sentou-se com o Cardeal para falar sobre suas expectativas para esta Viagem Apostólica.
O Papa Francisco irá ao arquipélago de 2 a 3 de abril de 2022, nesta que será sua 36ª viagem do Papa ao exterior. Pelo menos 90% da população do país, de acordo com uma pesquisa de 2018, professava ser católica.
O tema da viagem é “Eles nos mostraram uma bondade incomum” (Atos 28:2) e destaca a situação dos migrantes que atravessam o Mediterrâneo em direção à Europa, além de promover a evangelização no país. O tema também lembra a hospitalidade e calorosa acolhida que São Paulo recebeu em 60 d.C., quando seu barco naufragou e foi levado às costas de Malta. Enquanto estiver em Malta, o Santo Padre viajará para as cidades de Valletta, Rabat, Floriana e Gozo.
Vatican News — Dom Grech, o que a visita do Papa Francisco a Malta significa para você pessoalmente enquanto um católico maltês?
Cardeal Grech — É um momento de graça porque acredito que a presença de Pedro na ilha de Paulo nos confirmará em nossa fé. E quando digo que o Santo Padre fortaleceria nossa fé, também quero dizer que estou esperando que ele envie um alerta aos meus nacionais porque, embora sejamos uma nação católica com uma forte tradição cristã, fazemos parte do mundo. Somos um país europeu, então o que está fervendo no continente também está presente na nossa ilha. É por isso que rezo fortemente para que o Espírito Santo ajude o Papa Francisco a aproveitar ao máximo sua visita e nos ajude em nossa Nova Evangelização, sei que meus irmãos no episcopado de Malta estão comprometidos com este projeto de Nova Evangelização.
Vatican News — Em sua opinião, o que o povo de Malta precisa ouvir do Papa neste momento?
Cardeal Grech — Acho que precisamos de alguém que nos dê mais esperança porque, como disse, fazemos parte do mundo e o mundo está passando por momentos difíceis em que infelizmente é muito fácil perder a esperança. Então, sim, acho que meu povo está esperando ansiosamente para saudar e receber o Papa Francisco porque, afinal, ele é uma personalidade, mas é mais do que uma personalidade, ele é Pedro. Ele pode nos dar motivos para não perder a esperança, para olhar o futuro com entusiasmo e coragem.
Vatican News — Eminência, muitos de nossos pensamentos se voltam aos ucranianos forçados a fugir de suas casas neste momento. Você acredita que a emergência dos refugiados ucranianos será um pano de fundo para esta viagem em que os refugiados estão no centro?
Cardeal Grech — Mesmo sem considerar essa guerra na Ucrânia, esse fenômeno de refugiados que chegam à Europa e, portanto, Malta não está excluída, mas ainda assim o argumento dos refugiados é central para nossas ilhas estarem na encruzilhada do Mediterrâneo. curta visita, uma peregrinação, conseguiu colocar na sua agenda um encontro com alguns refugiados. Em primeiro lugar, acho que esta será uma ocasião para ele mostrar seu apreço pela minha nação que, apesar de todas as probabilidades, fizemos nossa parte e fazemos nossa parte, mas, como em tudo, podemos fazer mais. E talvez da nossa ilha, ele possa enviar uma mensagem à Europa porque, considerando a nossa nação, e o tamanho da nossa nação, é justo e justo que a Europa não deixe Malta sozinha nesta tragédia humana.
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