Franciscanos enviaram carta à ONU com apelo pela situação em Mianmar
Da redação, com agências
A situação em Mianmar, após o golpe militar, está difícil. No sábado, 27, o país enfrentou o dia com mais mortos desde o dia 1º de fevereiro. Mais de 120 manifestantes morreram em protestos no fim de semana, segundo a Reuters. O total de vítimas passa de 450, incluindo crianças e adolescentes, de acordo com o último balanço da Associação de Ajuda a Presos Políticos (AAPP), uma ONG local.
Neste domingo, 28, foram realizados os funerais dos manifestantes mortos, mas militares tentaram suspender algumas cerimônias.
A repressão fatal das Forças Armadas têm atraído atraiu novas críticas de países ocidentais. Os EUA suspenderam nesta segunda-feira, 29, um acordo comercial com o país, após a onda de violência. A suspensão durará até o restabelecimento da democracia, disse o governo de Joe Biden.
“É absolutamente inaceitável ver violência contra pessoas em níveis tão elevados”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu “mais união” da comunidade internacional para “pressionar”.
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Igreja em Mianmar
“Expressamos profunda tristeza e grave preocupação pela contínua repressão de milhões de cidadãos em Mianmar após um golpe militar”: afirmaram os franciscanos em carta enviada ao Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres.
A carta, também enviada à Agência Fides, foi assinada pelo Ministro geral da Ordem dos Frades Menores, representando cerca de 12.500 religiosos católicos e sacerdotes presentes e trabalhando em 116 países. A presença franciscana em Mianmar foi oficializada em 2005 com a “Fundação São Francisco de Assis”.
“Os franciscanos de Mianmar testemunharam, em primeira mão, a brutalidade de as forças de segurança e a insegurança que isso tem gerado, estigmatizando a violência coordenada e contínua que cresce a cada dia.”
O texto deplora “a morte de civis e a detenção arbitrária de milhares de pessoas envolvidas em protestos pacíficos, a destruição de proteções legais, severas restrições ao acesso à Internet e às comunicações e a subversão da vontade do povo de Mianmar expressa nas eleições de novembro de 2020.”
Os Frades menores que vivem e trabalham em Mianmar pediram a todos os franciscanos do mundo que intercedam pelo povo de Mianmar. E pede: “Vamos parar o derramamento de sangue. Vamos parar de deixar o ódio dominar os nossos corações. Vamos invocar o Senhor, que prometeu estar perto do seu povo, para que a justiça e a paz reine em Mianmar e comece a tão esperada reconciliação”.