A conferência, que contará com a presença do Papa, abrirá espaço para a reflexão das atividades de trabalhadores e sindicalistas
Da redação, com Agência Ecclesia
O Vaticano promove nesta quinta e sexta-feira, 23 e 24, um debate internacional sobre movimentos de trabalhadores e sindicalismo no mundo globalizado. Com o tema ‘Da Populorum Progressio à Laudato si. O trabalho e o movimento dos trabalhadores no centro do desenvolvimento integral, sustentável e solidário’ o debate apresentará o mundo laboral como chave para o desenvolvimento na era da globalização.
“A conferência tem como objetivo abrir um espaço de debate e reflexão sobre o mundo do trabalho e os aspectos ligados às atividades profissionais nas atuais estruturas sociais, graças ao contributo de diversos movimentos sindicais presentes”, explicou em nota o órgão para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé. A presença do Papa Francisco foi confirmada para o encerramento do evento.
O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) será representado na conferência pela sua copresidente, Fátima Almeida, e por Abraham Canales. “[A Igreja] manifesta a sua preocupação pelo desenvolvimento social e econômico atual, que causa muitas situações de injustiça, de precariedade, de desregulamentação laboral e de descarte das pessoas”, afirmou Almeida em comunicado.
“[Realidades] provocam apatia, indiferença, falta de confiança e de esperança, desespero e desmotivação para a participação cívica, associativa, sindical e política” continuou a copresidente do MMTC. Para Almeida, o movimento contribuirá para o debate, pois trará uma perspectiva de maior atenção e proximidade aos trabalhadores mais pobres.
Leia também
.: Papa Francisco defende direito dos trabalhadores
De acordo com Almeida, o MMTC suscitará atitudes mais firmes na denúncia da desigualdade e da insustentabilidade ambiental, no combate à desvalorização do trabalho humano, do desemprego, dos baixos salários, do aumento dos horários de trabalho ou da subordinação do trabalho humano à lei da competitividade e aos interesses do capital.
Os participantes do encontro serão convidados a refletir sobre o patrimônio da Doutrina Social da Igreja perante as novas realidades sociais e a apresentarem iniciativas e propostas para a construção de sociedades centradas na dignidade de cada pessoa. A conferência procura também aprofundar o magistério da Igreja Católica desde a ‘Populorum progressio’, do Papa Paulo VI, que completa 50 anos, até a ‘Laudato si’ do Papa Francisco.
Canales sublinhou que o Pontífice insiste na importância do trabalho digno, na luta contra a pobreza, que tem sido o fio condutor das recentes visitas pastorais, com instituições e organizações e em diferentes mensagens. “A riqueza do pensamento espiritual e eclesial da Igreja sobre o valor do trabalho e a dignidade de quem o executa exigem uma resposta de maior proximidade e solidariedade ao mundo do trabalho, aos trabalhadores a aos sindicatos”, acrescentou Almeida.
O encontro conta com a presença de representantes sindicais, especialistas no campo das ciências sociais, delegações de mais de 40 países e representantes de movimentos cristãos de trabalhadores.