Declaração é referente ao encerramento da comemoração comum pelos 500 anos da reforma protestante
Da redação, com Agência Ecclesia
O Vaticano e a Federação Luterana Mundial publicaram nesta terça-feira, 31, dia em que se encerra a comemoração comum pelos 500 anos da reforma protestante, uma declaração conjunta elogiando o clima de diálogo entre católicos e luteranos.
O documento, publicado pela sala de imprensa da Santa Sé, surge no dia em que se completam cinco séculos sobre a afixação das 95 teses de Martinho Lutero, na Alemanha. “Pela primeira vez, luteranos e católicos consideraram a Reforma por uma perspectiva ecumênica, o que deu lugar a uma nova visão sobre os acontecimentos do século XVI que levaram à nossa separação”, afirma a declaração.
O Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé) e a Federação Luterana Mundial admitem “fracassos” do passado na relação entre Igrejas, mas mostram-se, sobretudo, agradecidos pelo caminho ecumênico percorrido nos últimos 50 anos. “Essa peregrinação, apoiada pela nossa oração comum, o culto e o diálogo ecumênico, resultou na eliminação de preconceitos, uma maior compreensão mútua e a identificação de acordos teológicos decisivos”, diz trecho da carta.
A nota recorda a declaração conjunta sobre a doutrina da justificação, assinada em 1999, assumida por Metodistas e pela Comunhão Mundial de Igrejas Reformadas, sendo hoje recebida pela Comunhão Anglicana.
O início da comemoração comum foi no dia 31 de outubro de 2016, quando o Papa e o presidente da Federação Luterana Mundial (LWF) assinaram na Suécia uma declaração comum, por ocasião da comemoração conjunta católico-luterana dos 500 anos da reforma protestante.
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Em Portugal, a data será relembrada neste sábado, 4, no Fórum Ecumênico Jovem (FEJ). Com o objetivo de dar continuidade à celebração do 500 anos da Reforma, o programa, que procurará colocar em evidência os dons espirituais deste marco histórico, proporcionará o encontro de jovens cristãos.
No ano passado, o texto firmado por Francisco e por Munib Yunan na catedral luterana de Lund pedia força e união entre as religiões. “Pedimos a Deus inspiração, ânimo e força para podermos continuar juntos no serviço, defendendo a dignidade e os direitos humanos, especialmente dos pobres, trabalhando pela justiça e rejeitando todas as formas de violência”.
As principais divisões entre as Igrejas cristãs ocorreram no século V após os concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras), no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas Ortodoxas), no século XV, com a reforma protestante (luteranos e calvinistas) e, posteriormente, a separação da Igreja da Inglaterra (anglicana).