8 de fevereiro

Vaticano apresenta Dia de Oração contra o Tráfico Humano

Iniciativa convocada pelo Papa em parceria com religiosos busca incitar reflexões sobre o tráfico de pessoas bem como medidas de combate a esse crime

Jéssica Marçal
Da Redação

Coletiva no Vaticano informa aos jornalistas sobre o dia de oração contra o tráfico humano / Foto: Reprodução CTV

Coletiva no Vaticano informa aos jornalistas sobre o dia de oração contra o tráfico humano / Foto: Reprodução CTV

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 3, o Vaticano apresentou o primeiro Dia Internacional de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, que será neste domingo, 8. O tema da jornada, convocado pelo Papa Francisco em parceria com os Pontifícios Conselhos dos Migrantes e da Justiça e com a União Internacional dos Superiores Gerais, é “Acende uma luz contra o tráfico”.

Presente na coletiva, estava a coordenadora do Talitha Kum, rede internacional da Vida Consagrada contra o Tráfico de Pessoas, irmã Gabriella Bottani, Segundo ela, a data é uma etapa importante para renovar as forças e continuar o empenho a serviço do Reino de Deus. Além disso, 8 de fevereiro é festa de Santa Bakhita, escrava sudanesa que se tornou religiosa canossiana e foi canonizada no ano 2000.

“Temos então uma mulher consagrada como amiga neste caminho e isso nos recorda a importância de ser e agir em Deus, mesmo em enfrentar o tráfico de pessoas”, considerou a religiosa.

Para o dia de oração, foi criada uma página na internet (www.a-light-against-human-trafficking.info), disponível desde ontem em italiano, inglês e espanhol, que traz informações sobre o tráfico humano em todo o mundo e testemunhos de vivência e de luta contra essa realidade. Também é possível acender uma vela, virtualmente, pela mesma causa. “Cada luz que será acesa reafirma a importância do empenho pela liberdade e a dignidade de cada pessoa”, disse irmã Gabriella.

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No site, mapa indica as luzes que já foram acesas contra o tráfico de pessoas / Foto: Reprodução

Mensagem do Papa

Na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2015, Francisco condenou a escravidão e pediu leis justas e esforço comum para acabar com essa realidade que ainda atinge homens, mulheres e crianças.

A mensagem papal foi mencionada pelo presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz, Cardeal Peter Turkson, que estava presente na coletiva e comentou o objetivo da data a ser celebrada.

“O Dia Internacional contra o Tráfico Humano, neste domingo, 8, é uma mobilização de consciência e oração em escala global. Sim, nossa consciência precisa ser expandida e estendida até as profundezas deste mal e seus alcances mais distantes. Da consciência à oração, da oração à solidariedade e da solidariedade à ação concreta, até que não haja mais escravidão e tráfico”, disse.

Testemunhos

A coordenadora do Talitha Kum destacou o trabalho de tantos religiosos e religiosas empenhados contra o tráfico de pessoas. Entre eles, uma irmãs estava presente na coletiva e contou um pouco de sua experiência seja no acompanhamento às vítimas ou em ações preventivas.

Irmã Valéria Gandini é missionária comboniana, vive há alguns anos na Sicília e faz parte de um grupo de estrada que procura se aproximar das mulheres vítimas do tráfico. Ela já passou por países como Sudão, Etiópia e Uganda e, ao voltar para a Itália, conheceu de perto a realidade do fenômeno migratório, em que se destacam experiências dolorosas em busca de uma vida melhor.

“Para entender o que significa o tráfico de seres humanos é preciso encontrar as vítimas, escutá-las, olhá-las nos olhos, abraçá-las (…) O tráfico de seres humanos nos humilha. Fere a dignidade de todas as pessoas, desfigura a face humana de crianças, homens e mulheres e lacera vidas e histórias de vida individual e familiar”, declarou irmã Valéria.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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