Fase diocesana chega ao fim e processo passa agora para as mãos do Papa; irmã Lúcia foi uma das videntes das aparições da Virgem em Fátima
Da Redação, com Agência Ecclesia
A fase diocesana do processo de beatificação e canonização da Irmã Lúcia de Jesus (1907-2005), uma das três videntes de Fátima, chegou ao fim, passando agora para a competência direta do Papa (veja como funciona um processo de canonização ao final da matéria).
O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 13, pela diocese de Coimbra, em comunicado publicado no jornal diocesano “Correio de Coimbra”, território onde morreu a religiosa. A sessão solene do fechamento da fase diocesana será em 13 de fevereiro, no Carmelo de Santa Teresa de Coimbra.
A parte inicial da causa de canonização da Irmã Lúcia começou em 2008, três anos após a sua morte, depois de o então Papa Bento XVI ter concedido uma dispensa em relação ao período de espera estipulado pelo Direito Canônico (cinco anos).
A vice-postuladora da causa de canonização da Irmã Lúcia, irmã Ângela Coelho, afirmou no decorrer do processo diocesano que a vasta documentação da religiosa exigiu tempo e provocou demoras nessa etapa. “É um desafio. Obviamente que estamos todos muito ansiosos pela sua beatificação, mas eu penso que a Irmã Lúcia merece um estudo muito aprofundado e rigoroso, não só para a questão histórica, que é muito importante, mas concomitantemente, para a sua dimensão espiritual”.
Irmã Ângela Coelho é também postuladora da causa de canonização dos pastorinhos Beatos Jacinta e Francisco Marto, os irmãos que, juntamente com Lúcia, segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917.
Segundo ela, o processo para a beatificação da Irmã Lúcia tem que levar em conta que se está na presença de uma mulher que viveu quase 98 anos, que se correspondeu com Papas, desde Pio XII até João Paulo II, com cardeais, bispos e com muitas outras pessoas.
“Lúcia escreveu a irmãos de outras confissões religiosas e a milhares e milhares de pessoas, que agora nos começam a devolver as respostas que a Lúcia deu – conseguimos recolher mais de 11 mil cartas -, o que torna o processo complexo”, admite.
Irmã Lúcia de Jesus (1907-2005) viveu 57 anos de vida carmelita e encontra-se sepultada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima. Ela foi uma das três crianças que entre maio e outubro de 1917 testemunhou seis aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, segundo os seus testemunhos, reconhecidos pela Igreja Católica.
A canonização, ato reservado ao Papa, é a confirmação por parte da Igreja de que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Veja abaixo como funciona o processo de canonização e entenda quais serão os próximos passos na causa de Irmã Lúcia: