Simpósio Teológico Pastoral Internacional tem como tema: “Fátima hoje: que sentido?”; evento começa nesta sexta-feira, 22
Da redação, com Santuário de Fátima
O Santuário de Fátima inicia nesta sexta-feira, 22, o Simpósio Teológico Pastoral Internacional que tem como tema: “Fátima hoje: que sentido?”. O evento, que seguirá até domingo, 24, falará para 300 participantes sobre a importância das Aparições de Nossa Senhora de Fátima para o século XXI. A programação baseia-se em um itinerário dinamizado a partir dos verbos receber, viver, anunciar e refletir, como caminho pedagógico, didático e catequético.
A iniciativa levará a Fátima diversos investigadores nacionais e internacionais, ligados a áreas como a Teologia, a Filosofia e a História. Com base no acontecimento de Fátima, nomes como o de padre José Tolentino Mendonça, os religiosos Ângela Coelho e Stefano Cecchin (Itália), e o professor Klaus Vechtel (Alemanha) refletirão sobre o posicionamento da humanidade perante a temática da presença de Deus, questão subjacente às origens de Fátima e presente atualmente.
Para o bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, a história das Aparições de Fátima são como um dom e uma responsabilidade eclesial que deve sempre ser promovida pela Igreja. “Escutar, questionar, deixar-se interpelar e levar ao mundo”, este é o propósito do Simpósio, segundo o bispo de Leiria-Fátima. Para Dom António, a grande interpelação de Fátima é ajudar a incarnar a fé na história da humanidade.
“[Fátima] não é uma simples história datada que guardamos como troféu no espólio da memória da igreja. Como dom de Deus, Fátima oferece-nos uma mistagogia para o coração da boa nova, uma pedagogia da fé que incarna em cada tempo para trazer esperança à vida do crente e uma profecia que traz luz transcendente para a visão da história e da condição humana”, disse Dom António.
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O sentido de Fátima deve encontrar-se, de acordo com Dom António, nos gestos simples de uma Igreja fiel ao evangelho de Cristo, hospitaleira, cuidadosa e misericordiosa. “Em cada periferia em que a Igreja resgata o humano da exclusão e se oferece como hospital de campanha, incarna o espírito deste acontecimento evangélico que é Fátima”.
O evento realizado após a comemoração do centenário das Aparições de Fátima é, segundo o bispo de Leiria-Fátima, um eco de sentido em meio a uma sociedade entorpecida na busca de sentido. “Questionar o sentido de Fátima hoje significa, desde logo, tomar consciência desta multidão que não para de crescer e que reconhece em Fátima um marco na geografia da fé onde todos têm voz e vez (…). Questionar o sentido de Fátima há de conduzir-nos à atitude adotada pelo Santuário como lema deste ano pastoral: dar graças pelo dom de Fátima”, afirmou Dom António.
“Damos graças como quem compreende neste dom um desafio teológico e se compromete pastoralmente com a sua praxis, nomeadamente a praxis reparadora, no seu sentido mais profundo e global, isto é, de colaboração no amor misericordioso e reparador de Deus, para inverter a direção da história vencendo a espiral diabólica do mal, da violência e da guerra”, concluiu.
Para o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, este é o momento para um aprofundamento reflexivo sobre um acontecimento que continua a interpelar o mundo, a humanidade e a igreja. “O encerramento do centenário mais do que uma meta é um pórtico para continuarmos esta missão”, referiu o sacerdote.
Marco Daniel Duarte, presidente da comissão organizadora do evento, destacou a necessidade de, cem anos depois das aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, e passada toda a celebração que evocou esse acontecimento, perceber as diferentes formas de pensar e de interrogar o sentido que Fátima. O presidente da comissão organizadora espera que a experiência deste primeiro século traga novas formas de entender e viver Fátima e de continuar a responder às interrogações da humanidade.