Europa

"Sem hipocrisia": Igreja cobra ação em prol dos refugiados

A Igreja Católica, a União Europeia e os seus países “não podem fazer de conta que nada acontece”

Da redação, com Rádio Vaticano

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Foto: I. Prickett/ UNHCR/ONU

Os bispos e delegados responsáveis pelo setor das migrações na Igreja Católica estão reunidos em Vilnius, na Lituânia, para debater os desafios que enfrentam atualmente no seu serviço pastoral aos migrantes e deslocados.

Em comunicado, o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), promotor da iniciativa, destaca a questão dos refugiados que hoje acorre ao Velho Continente, a Igreja Católica, a União Europeia e os seus países “não podem fazer de conta que nada acontece”.

Para o secretário-geral da CCEE, padre Duarte da Cunha, é necessário que a União Europeia e os seus países assumam as suas responsabilidades e contribuam para a resolução dos problemas “sem hipocrisias e com uma consciência solidária, profunda e sincera”.

“É essencial olhar para os motivos que levam comunidades e famílias a saírem das suas casas, a abandonarem os seus entes queridos. Onde reina a guerra, a perseguição, a fome, como se pode estancar esse êxodo massivo? Sim, a Igreja tem o dever de estar presente e de acolher, mas sabe também que não pode fazer tudo”, aponta o sacerdote português.

“Qual o espaço que os sacramentos podem ocupar na pastoral das migrações” e como “anunciar Cristo” aos que chegam, sobretudo do “continente asiático”, são algumas das questões que os responsáveis católicos estão abordando, até à próxima quinta-feira, 2 de julho. A questão do tráfico de seres humanos está entre as pautas.

Para a CCEE, é impossível fechar os olhos a uma humanidade ferida que estende a mão, em busca de ajuda. No caso da Igreja, “a sua intervenção, e de muitas outras organizações não-governamentais, não acontece apenas ao nível humanitário, de uma dignidade que deve ser respeitada e preservada”.

O seu papel é também colaborar na “construção de pontes entre os seus fiéis e os que chegam”, pois só assim cumpre “o seu dever evangélico, exemplificado na figura do Bom Samaritano”.

“Ser rosto amigo e comunidade hospitaleira, disposta a curar as feridas da vida e a escutar aqueles que tiveram que deixar para trás tudo o que têm. É neste sentido que queremos ir mais além do que o mero serviço de emergência”, concretiza o padre Duarte da Cunha.

A reunião em Vilnius, na Lituânia, decorre à porta fechada, sob a orientação do cardeal croata Josip Bozanic, arcebispo de Zagreb e responsável pela secção das migrações da Comissão CCEE Caritas in Veritate.

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