Guterres destacou que ações globais ainda não são suficientes para conter mudança climática avançada
Da redação, com ONU News
O secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirmou que o mundo enfrenta “uma grave emergência climática” durante a reunião sobre o clima que acontece em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Ao discursar este domingo, 30, na abertura do evento, o chefe das Nações Unidas destacou que o desajuste climático acontece agora e para todos.
Para Guterres, esta situação avança ainda mais rapidamente do que o previsto por grandes cientistas do mundo e “supera os esforços para resolvê-la”. O representante declarou ainda que a cada semana ocorre uma nova devastação relacionada ao clima, tendo mencionado inundações, secas, ondas de calor, incêndios e grandes tempestades.
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O secretário-geral disse haver algum movimento para ação climática em nível mundial, que no entanto ainda não é suficiente. A expectativa é que essa situação venha a mudar com a Cúpula de Ação Climática marcada para setembro, em Nova Iorque.
O chefe da ONU disse que sua mensagem é que “soluções existem”. A primeira é que sejam transferidos os impostos de salários para o carbono, tributando a poluição e não às pessoas. Em segundo lugar, Guterres defende o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis. Para ele, “o dinheiro dos contribuintes não deve ser usado para aumentar os furacões, espalhar as secas e as ondas de calor e derreter os glaciares”.
Por último, Guterres defende o fim da construção de novas centrais de carvão até 2020. Ele propõe que haja lugar para “uma economia verde, não uma economia cinza.” Ele quer ainda que a nova infraestrutura seja inteligente e favorável ao clima.
Energia limpa
O secretário-geral disse que é preciso fornecer energia sustentável, limpa e acessível aos mais de 800 milhões de pessoas que ainda vivem sem acesso à eletricidade. O secretário-geral pede “uma mudança rápida e profunda” na forma como se fazem negócios, é gerada energia, são construídas cidades e alimentado o mundo. Para o chefe da ONU, na última década foram reveladas as ferramentas para isso.
O apelo a todos os líderes, de governos e do setor privado, é que estes “apresentem planos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 45% até 2030”. Isso deve ocorrer na cúpula de setembro ou o mais tardar até dezembro de 2020. As Nações Unidas pretendem também que seja alcançada a neutralidade do carbono até 2050.