Festa em homenagem ao Anjo Bom contará com missa presidida pelo arcebispo de Salvador, Dom Sérgio da Rocha, e procissão luminosa pelo Caminho da Fé
Huanna Cruz
Da Redação
O Dia Litúrgico de Santa Dulce dos Pobres, celebrado neste sábado, 13, terá uma programação especial no Santuário Santa Dulce dos Pobres, localizado na Cidade Baixa (Avenida Dendezeiros do Bonfim) em Salvador. Na agenda festiva, que tem como tema “A mulher que muito amou”, a primeira santa brasileira será louvada com missas durante todo o dia.
A celebração das 8h30 será presidida pelo arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Sérgio da Rocha, e a missa das 18h antecederá a Procissão Luminosa, que percorrerá o Caminho da Fé (do Santuário à Baixa do Bonfim) com a imagem de Santa Dulce no andor. Os fiéis poderão acompanhar as missas no Santuário oficial do Anjo Bom do Brasil presencial ou virtualmente pelo canal do Santuário no Youtube.
A mulher que muito amou
Sobre o tema da festa deste ano, “A mulher que muito amou”, o reitor do Santuário Santa Dulce dos Pobres, frei Giovanni Messias, ressalta que esta expressão do Evangelho (Lucas 7,47-50) pode ser aplicada à vida de Santa Dulce. Ele comenta que a santa muito amou a Deus, aos pobres e aos seus irmãos. E neste tempo em que as pessoas precisam amar mais, Santa Dulce é um grande exemplo.
“Por isso, com muita alegria, queremos expressar este grande amor a todo o povo de Deus. Vamos nos alegrar para viver intensamente a festa do Anjo Bom do Brasil. Todos estão convidados a vir rezar conosco, não só para pedir a intercessão de Santa Dulce, mas também para tê-la como exemplo de vida e de amor ao próximo”.
A festa litúrgica em honra ao Anjo Bom do Brasil será acompanhada também de orações em prol das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). A instituição fundada por Santa Dulce hoje enfrenta a pior crise financeira da sua história, cenário esse que ameaça a continuidade do acolhimento prestado a quase 3 milhões de pessoas por ano na Bahia.
Para ajudar a OSID a continuar atendendo o pobre, o doente, o mais necessitado, doações podem ser feitas através da chave PIX amigos@irmadulce.org.br. Informações sobre outras formas de contribuir com a instituição podem ser obtidas na Central de Relacionamento com o Doador (CRD), através do telefone (71) 3316-8899.
Trajetória de amor, fé e solidariedade
Em 26 de maio de 1914, nascia, na cidade de Salvador, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Aos 13 anos de idade, Maria Rita já atendia doentes no portão de sua casa, no bairro de Nazaré. Em 1933, a jovem ingressa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em São Cristóvão (Sergipe). No mesmo ano, no dia 13 de agosto, recebe o hábito e adota, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
Com a trajetória marcada pelo amor ao próximo, solidariedade, fé e determinação, Irmã Dulce inicia, em 1935, um trabalho assistencial nas comunidades carentes, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe, em Salvador. Nessa mesma época, começa a atender também os operários que eram numerosos naquele bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco – primeira organização operária católica do estado, que depois deu origem ao Círculo Operário da Bahia.
Em 1949, após a autorização da sua superiora, Irmã Dulce ocupa um galinheiro ao lado do convento com os primeiros 70 doentes recolhidos das ruas de Salvador. A iniciativa deu origem à tradição propagada há décadas pelo povo baiano de que a freira baiana construiu o maior hospital da Bahia a partir de um simples galinheiro. Fundada em 26 de maio de 1959, por Irmã Dulce, a OSID (Obras Sociais Irmã Dulce) conta com um perfil de serviços único no país, distribuídos em 21 núcleos que prestam assistência à população de baixa renda nas áreas de Saúde, Assistência Social, Pesquisa Científica, Ensino em Saúde, Ensino Fundamental e na preservação e difusão da memória de sua fundadora.
Irmã Dulce morreu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, situado no Bonfim. A religiosa, que ganhou do povo o nome de “Anjo Bom da Bahia” por dedicar sua vida ao acolhimento dos mais necessitados, foi canonizada no dia 13 de outubro de 2019, passando a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres. Num domingo de céu azul, 50 mil pessoas (15 mil brasileiros) lotaram a Praça São Pedro, no Vaticano, para assistir à cerimônia presidida pelo Papa Francisco. A freira baiana tornou-se a primeira santa brasileira da nossa época, tendo o dia 13 de agosto como sua Data Litúrgica.
Legado da Irmã Dulce dos Pobres
Irmã Dulce deixou um belo legado, pois toda a sua obra é para ajudar quem mais precisa. Em seus atos e em suas obras sociais, é possível encontrar um legado de fé, esperança e caridade. Com coragem e determinação, ela foi em busca de apoio para construir estruturas que pudessem dar abrigo aos necessitados e cuidar de pessoas doentes que não tinham como pagar pelo seu tratamento, ela se preocupava com o ser humano como um todo, levando a fé, a esperança e a caridade por onde passava.
O seu amor e devoção pelos mais vulneráveis e excluídos tornaram-na alguém admirada em todo o Brasil e em todo mundo. Com o passar do tempo, o seu projeto se expandiu e, graças ao seu esforço, hoje o complexo hospitalar Santo Antônio, que começou em um galinheiro, se transformou no maior do estado da Bahia, atendendo cerca de 3,5 milhões de pessoas por ano gratuitamente.
Dia de Irmã Dulce
No dia 13 de agosto de 1933, Irmã Dulce iniciou a sua vida religiosa, no convento de São Cristóvão, em Sergipe. E é por essa razão que a data 13 de agosto foi escolhida para celebrar a sua vida e obra. Pois foi graças ao seu altruísmo e empatia para com as milhares de pessoas pobres e doentes que ela se tornou a Santa Dulce dos Pobres.
Oração à Irmã Dulce
Conhecida como Santa Dulce dos Pobres, Irmã Dulce possui incontáveis milagres extraoficiais, além dos dois reconhecidos por sua intercessão. Ela é rogada por aqueles que se sentem excluídos e que estão em condições de vulnerabilidade.
Segue a oração: “Senhor Nosso Deus, recordando a vossa Serva Dulce Lopes Pontes, ardente de amor por vós e pelos irmãos, nós vos agradecemos pelo seu serviço a favor dos pobres e dos excluídos. Renovai-nos na fé e na caridade, e concedei-nos a seu exemplo vivermos a comunhão com simplicidade e humildade, guiados pela doçura do Espírito de Cristo, Bendito nos séculos dos séculos. Amém!”