Mudanças climáticas

Santa Sé apresenta declaração final sobre a COP24

Igreja elogia o multilateralismo entre os países envolvidos, mas ressalta que as medidas adotadas podem não ser suficientes

Da redação, com Boletim da Santa Sé

O Cardeal Pietro Parolin durante a COP24, na Polônia / Foto: Vatican Media

De 2 a 15 de dezembro, foi realizada em Katowice, na Polônia, a Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (COP 24), quando 200 nações se reuniram para discutir políticas com relação à emissão de gases na atmosfera que provocam mudanças climáticas.

O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, já havia discursado durante o evento. Agora, a Santa Sé divulgou um comunicado oficial em que apresenta seu ponto de vista final sobre a reunião, em que ficou decidido entre as nações envolvidas retomar o que já fora acordado em 2015, no Acordo de Paris.

“Estamos muito satisfeitos com os líderes de diversos Estados e outras partes interessadas que contribuíram para este diálogo multilateral e deram suas opiniões nas regras a serem aplicadas. O consenso no documento final, mais complexo e detalhado, representa uma confirmação com os compromissos feitos três anos atrás em Paris e mostram o quanto o multilateralismo é importante”, informa a declaração.

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A Santa Sé, porém, afirma que muitas das medidas adotadas não são suficientes para diminuir o impacto das mudanças climáticas entre os mais necessitados. “Infelizmente, temos que salientar que as regras não refletem adequadamente a urgência necessária para atacar as mudanças climáticas”.

Para a Igreja, as decisões tomadas pelas nações envolvidas neste encontro não se aplicam àquelas pessoas que vivem em situação de risco em todo mundo. “As medidas adotadas parecem minimizar os direitos humanos, fundamentais para refletir a face humana da mudança climática, que afeta as pessoas mais vulneráveis da Terra. Seu choro e o da terra exigem mais ambição e urgência”, enfatizou a Santa Sé.

A Igreja espera que medidas mais assertivas com relação à emissão de poluentes na atmosfera sejam adotadas nos próximos anos, sobretudo no aspecto econômico, com a utilização em menor escala dos combustíveis fósseis. “Encorajamos uma ambição muito maior em fornecer Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e mecanismos mais fortes para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, gerenciando a descarbonização da economia atual baseada em combustível fóssil, promovendo a educação em sustentabilidade, conscientização responsável e mudanças no estilo de vida”, afirmam no documento final.

Fé e razão devem andar de mãos dadas nas escolhas adotadas sobre as mudanças climáticas, afirma a Santa Sé. “A fé e a razão devem se unir, permitindo-nos fazer escolhas positivas em nossos estilos de vida, em como nossas economias são conduzidas e na construção de uma verdadeira solidariedade global necessária para evitar essa crise climática”, finaliza.

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