Reflexões, experiências...

Saiba quais os principais frutos do Ano da Vida Consagrada

Veja como a Igreja avalia esse ano dedicado à vida consagrada e o que se pode esperar dos religiosos após esse período

André Cunha

Da redação

O Ano da Vida Consagrada teve início em 30 de novembro de 2014 e termina nesta terça-feira, 2 de fevereiro, dia em que a Igreja celebra a Vida Consagrada.

O Ano especial foi um período onde os católicos, especialmente as congregações religiosas,  aprofundaram diversos aspectos da vida consagrada.

No Brasil, a Conferência Nacional dos Religiosos (CRB) celebrou o encerramento do Ano da Vida Consagrada no domingo, 31, em Aparecida (SP), no Santuário Nacional.

irmão joaquim

Irmão Joaquim, que integra a diretoria da CRB / Foto: CRB Nacional

Para o membro da diretoria da CRB, Irmão Joaquim Sperandio, o Ano da Vida Consagrada motivou reflexões, troca de experiências entre as congregações no Brasil e nos outros países. Isso, segundo ele, foi importante para a experiência pessoal de cada consagrado, agregando força na busca de uma fidelidade maior.

“A sociedade também tomou conhecimento, por meio de vários elementos, que existem religiosos e que estes não estão mortos. A sociedade sabe que nós estamos mais vivos do que nunca. Talvez em menor número, mas muito vivos, à disposição”, disse Irmão Joaquim.

Experiência pessoal

“Para mim, o Ano da Vida Consagrada, ajudou muito a redescobrir a identidade do religioso e, no meu caso, de religioso irmão. A experiência pessoal de toda essa reflexão, eu suponho, mudou um pouco a minha vida, na conversão, na civilidade maior. Também contribuíram na minha missão. Essa troca de experiência com outros religiosos, de outros lugares, me trouxe alguns elementos que me ajudam em minha missão interna na congregação e também nas minhas ações”, declarou o religioso.

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O que esperar dos religiosos?

Com a conclusão do Ano da Vida Consagrada, fica a pergunta: o que a Igreja e a sociedade podem esperar dos religiosos a partir de agora? Segundo o Irmão Joaquim, primeiro podem esperar o desejo dos religiosos de serem mais fiéis aos apelos de Deus. “Não sei se todos vamos conseguir, pois somos pecadores, mas acho que a Igreja pode esperar respostas mais ligadas à fidelidade na vida consagrada, um testemunho profético no meio da Igreja; essa conversão constante que vai acontecendo a partir do Ano da Vida Consagrada”.

“Pode se esperar que sejamos mais fiéis aos carismas congregacionais para a sociedade de hoje, o mundo de hoje, conturbado, complexo e em uma busca constante. Eu acho que a vida religiosa tem novos elementos, um novo ânimo para buscar respostas e sermos sinais dentro desse mundo atual”, completou.

Oportunidade para sair dos “ninhos”

O secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e ex-ministro dos Frades Menores, arcebispo José Rodríguez Carballo, explicou, em uma entrevista ao L’Osservatore Romano, que “o ano também foi uma nova oportunidade para que a vida consagrada continue saindo dos seus ‘ninhos’, abandone a autorreferencialidade e, com renovado ardor, caminhe para as periferias existenciais e para as vanguardas da missão aos próximos e aos distantes”.

“Além disso, foi também uma ocasião para aprofundar a teologia da vida consagrada e o lugar que ela ocupa na Igreja, povo de Deus. Em muitos congressos e em muitas publicações, foram aprofundados os seus elementos essenciais: consagração, vida fraterna em comunidade e missão. Depois, graças aos encontros dos religiosos e consagrados de diversos carismas, esse ano foi um momento bonito e importante de conhecimento recíproco e de colaboração nos diversos campos de missão entre institutos diferentes”, disse.

Já o prefeito da Congregação para os Religiosos, Cardeal João Braz de Aviz, pediu a todos os consagrados, por ocasião da apresentação da terceira carta do departamento intitulada “Contemplai. Aos consagrados e às consagradas nas pegadas da beleza” no dia 22 de dezembro passado, que “não é mais o tempo de espiritualidade individual, mas de uma espiritualidade de comunhão, porque a Igreja não é um caminho que se faz sozinho, mas juntos”.

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