No Rio de Janeiro, o Cardeal Turkson defendeu que os promotores da paz tendem a emergir de situações de sofrimento, não dos ambientes acadêmicos”
Da redação, com Rádio Vaticano
O Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Peter Turkson, defendeu nesta terça-feira, 1º, durante o Simpósio Internacional “Promoção da cultura da paz num mundo em conflito”, em andamento no Rio de Janeiro, cinco elementos essenciais para se construir uma sociedade mais justa e pacífica: discernimento e realidade; visão do todo; confiança e paciência; a cultura da paz e o compromisso com o diálogo.
Ao afirmar que a “paz tem uma irmã e ela se chama justiça”, o Cardeal Turkson destacou que “os promotores da paz tendem a emergir de situações de sofrimento, não dos ambientes acadêmicos”.
Sinais dos tempos
Contudo, neste contexto, destacou que, para que os oprimidos não se tornem opressores, é preciso recordar que o “compromisso com a justiça e a não-violência está intrinsecamente conectado à conversão”.
Sobre o discernimento para promover as mudanças necessárias para o futuro, o Cardeal afirmou que ler os sinais dos tempos não é algo que acontece automaticamente, é preciso aprender e praticar.
“Sinais genuínos são resultado do passado com todos seus erros e esforços e provêm a base e os desafios para aquilo que devemos fazer para construir o hoje de acordo com uma visão de futuro”, afirmou.
Cultura da Paz
Ao abordar o tema da visão do todo, o cardeal ganês refletiu sobre o egoísmo que impede reconhecer no outro um semelhante. “Indivíduos que se refutam a mudar contribuem para sociedades injustas e conflituosas”, disse, e acrescentou: “Uma cultura da paz é desenvolvida por aqueles que praticam a paz em sua vida diária. Não pode existir justiça entre os homens se não há justiça para com Deus”.
O Cardeal afirmou ainda que é preciso confiança e paciência para construir a cultura da paz uma vez que esta somente acontece quando todos trabalham unidos. “Por isso, a unidade – uma diversificada e altruísta unidade – pacientemente prevalece sobre o conflito”. A chave para unir na diversidade, concluiu o Cardeal Turkson, é um forte compromisso com o diálogo.