Voluntários se reúnem na ilha Tioman, coletam plásticos jogados ao mar e os transformam numa variedade de produtos
Da redação, com Reuters
Todo fim de semana, voluntários se reúnem na ilha turística de Tioman, na Malásia, para coletar plásticos jogados ao mar que podem ser transformados em uma variedade de produtos, incluindo peças de automóveis, eletrodomésticos e móveis, com a ajuda de uma usina de reciclagem.
“Tudo é embalado em plástico hoje em dia”, explica Sydney Steedland, a fundadora de apenas 15 anos do The Sea Monkey Project, que ajuda a coletar o lixo. “A situação nunca vai parar se você não disser às pessoas para que parem de usar o plástico primeiro e realmente lidem com o problema da presença dele [plástico] no meio ambiente antes de mais nada”, reiterou a jovem.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela ONG World Wide Fund for Nature (WWF) a respeito do consumo de plástico em seis países asiáticos, divulgada no início deste ano, a Malásia é o país que mais consume embalagens feitas do material, com cerca de 16 quilos por pessoa anualmente.
O relatório analisou China, Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã. Juntos, eles contribuem com 60% dos 8 milhões de toneladas de plástico estimados que entram nos oceanos a cada ano.
A Heng Hiap Industries, com sede no estado de Johor, no sul da Malásia, é uma das empresas que trabalham com ambientalistas para coletar e remover resíduos de plástico das águas da Malásia. Opera há 17 anos, reciclando 60 mil toneladas de plástico anualmente, das quais 1.200 toneladas compra de grupos como o The Sea Monkey Project.
A fabricante de móveis KIAN também é uma dessas empresas. Eles produzem cadeiras com o plástico reciclado para restaurantes e hotéis. Atualmente, a empresa se queixa das baixas vendas por conta da pandemia, mas espera que os negócios melhorem em breve.
A Igreja Católica tem se preocupado sobremaneira com este assunto. Em sua encíclica Laudato Si, o Papa Francisco pede o cuidado com a nossa casa comum. Publicada há cinco anos, o documento inspira sacerdotes e fiéis ao redor do mundo, como em Bangladesh, em que os bispos lançaram uma campanha para o plantio de 400 mil árvores ao longo do país.