Trabalhos desta manhã começaram com momento de oração e relato da experiência de uma vítima de abuso
Da Redação, com Vatican News
O encontro sobre “A Proteção dos Menores na Igreja” entra em seu segundo dia. Os trabalhos da manhã desta sexta-feira, 22, começaram com uma oração conduzida pelo administrador apostólico de Jerusalém dos Latinos, Dom Pierbattista Pizzaballa, com o pedido para se viver uma fé sem hipocrisia.
Após a oração, partiu-se para a parte dos testemunhos. Foi lida, em inglês, a experiência de uma vítima de abuso. “Quando Jesus estava prestes a morrer, sua mãe estava com ele. Quando fui abusado por um sacerdote, a minha mãe Igreja me deixou sozinho. Quando eu precisei de alguém na igreja para falar sobre meus abusos e minha solidão, todos se esconderam e eu me senti ainda mais sozinho, sem saber a quem recorrer”.
Leia também
.: Papa compartilha pontos para encontro sobre proteção dos menores
Como no dia de ontem, depois de ouvir o testemunho, seguiu-se um longo silêncio. Na oração final, Dom Pizzaballa rezou para que “ninguém jamais tivesse que temer a violência e a opressão” na Igreja, “mas sim encontrar nela toda segurança e ajuda”. Então concluiu com este pedido a Deus: “Impeça àqueles que exercem o ministério na Igreja de abusar dos outros para seus próprios fins, mas dê a eles a humildade de servir os outros desinteressadamente como discípulos de Jesus”.
A cátedra de Pedro e a oração pelo Papa
No final da oração, o padre Federico Lombardi, moderador do Encontro, lembrou que hoje a Igreja celebra a Solenidade da Cátedra de São Pedro e “portanto, toda a Igreja reza pelo Santo Padre, pelo seu serviço de ensinamento e guia. Fazemos os votos de todo o coração, junto com toda a Igreja”.
Relatório da ONU
O sacerdote recordou o desejo do Papa Francisco de que todos os participantes no Encontro pudessem ter à sua disposição uma documentação oficial das Nações Unidas sobre os temas da luta contra a violência contra as crianças. Por esta razão, entre os documentos distribuídos aos presentes – sublinhou – há o mais recente relatório global das Nações Unidas sobre o combate à violência sobre crianças, intitulado “Toward a world free from violence. Global survey on violence against children” (Rumo a um mundo livre da violência. Pesquisa global sobre violência contra crianças), e o relatório Unicef 2017 “A familiar face”, isto é” um rosto familiar, para dizer que a violência contra as crianças, muitas vezes, vem de alguém que é familiar, próximo às crianças. E isso – disse o padre Lombardi – é resultado das investigações universais sobre o problema da violência contra crianças.
Os documentos foram enviados por Marta Maria de Morais dos Santos Pais, representante oficial do secretário-geral da ONU para o combate à violência contra as crianças. Ela enviou um e-mail dizendo estar honrada em poder contribuir com esse “importante Encontro” sobre a proteção das crianças na Igreja e enviou os seus melhores votos “de uma reflexão frutuosa e de bons resultados deste encontro”.