Igreja se preocupa com a emigração dos cristãos no Oriente Médio e reconhece a importância desta presença em terras orientais
Da redação, com Rádio Vaticano
Oitenta e seis cardeais e patriarcas participaram do Consistório sobre a situação dos cristãos no Oriente Médio, nesta segunda-feira, 20, no Vaticano. Durante o encontro foram feitos cerca de trinta pronunciamentos, dentre os quais estavam as falas dos seis patriarcas das Igrejas Orientais Católicas médio-orientais, bem como todos os chefes de dicastérios vaticanos mais diretamente envolvidos.
Em uma entrevista coletiva, o Diretor de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi disse que todos manifestaram gratidão ao Papa por sua solicitude. Os patriarcas, segundo padre Lombardi, viveram este momento como um verdadeiro apoio e sinal de proximidade por parte do Pontífice e do Colégio cardinalício à situação dos cristãos no Oriente Médio.
Em pronunciamento, os patriarcas relataram a situação de seus países – Iraque, Síria, Egito, Terra Santa, Palestina e Líbano. A condenação às injustiças e às graves dificuldades com as quais os cristãos se deparam foi unânime.
A intensa saída de cristãos da região também preocupa a Igreja que, “com veemência”, insistiu durante o Consistório sobre a importância da permanência dos que creem em Cristo, no Oriente Médio.
“Eles têm um papel essencial tanto para a Igreja presente no mundo inteiro, a fim de que não perca a sua dimensão oriental, quanto também pelo papel que essas comunidades sempre tiveram como mediadoras de paz, mesmo sendo geralmente minorias em seus países”, disse padre Lombardi.
O sacerdote também disse que o Consistório evidenciou as boas relações com as outras confissões cristãs, em particular com os patriarcas ortodoxos da região. Os participantes discutiram o papel desempenhado pela Santa Sé junto à comunidade internacional e a importância do diálogo cristão-islâmico com a convicção de se evitar a ideia de uma guerra entre cristianismo e islã.
“Condenando todas as formas de fundamentalismo e, naturalmente, de extremismo e de terrorismo, e, ao invés, continuar cultivando o diálogo baseado na racionalidade em prol da tutela dos direitos e do bem das pessoas”, explicou.
Outro aspecto destacado foi o apoio da Igreja junto às comunidades locais, com as peregrinações, ajudas de caráter concreto e com a presença. “Foi citado o exemplo das próximas reuniões das Conferências episcopais europeias em Jerusalém, no próximo ano Portanto, todos sinais de presença que podem encorajar e fazer com que as comunidades cristãs do Oriente Médio não se sintam abandonadas”.
Interpelado sobre uma possível visita do Papa Francisco ao Iraque, Pe. Lombardi respondeu que “não há nada de preciso e certamente nada de iminente em relação a uma presença do Papa no Oriente Médio”.
O Consistório dedicou-se também às duas próximas canonizações: a de Maria Cristina da Imaculada Conceição, cuja data não foi ainda definida, e a de padre Giuseppe Vaz, apóstolo de Ceilão (Sri Lanka), que terá lugar durante a viagem apostólica internacional do Papa ao Sri Lanka, em janeiro do próximo ano.