Marido e filha de Asia Bibi foram a Roma pedir intervenção da Comunidade Internacional no caso da mulher cristã; hoje, puderam cumprimentar Francisco
Da Redação, com Rádio Vaticano
Após a catequese desta quarta-feira, 15, o Papa Francisco saudou o marido e uma das filhas de Asia Bibi, cristã paquistanesa condenada à morte sob acusação de blasfêmia. Acompanhados pelo advogado de Asia, eles participaram ontem de uma coletiva em Roma para pedir a intervenção da Itália e de toda a Europa pela libertação da mulher.
“Há seis anos minha mulher está na prisão, mas é inocente, a situação é ruim, peço a ajuda da Itália e da Europa”. A voz de Ashiq Masiq, marido de Asia, é baixa, às vezes quase um sussurro, mas firme quando fala do sofrimento de sua esposa, da sua família e de toda a comunidade cristã paquistanesa agredida pela violência.
Ele está em Roma com um de seus cinco filhos, a jovem Eisham, de quinze anos, que comovida reconstitui os fatos que levaram à prisão da mãe, por ter tido uma briga com outras mulheres, uma afronta que a ela, cristã, não poderia ser perdoada. Também ela, Eisham, não obteve perdão e aos nove anos foi espancada junto com a mãe a quem queriam impor a conversão ao Islã.
Aos filhos falta o amor da mãe, diz o pai, que encoraja Eisham a falar, apesar das lágrimas na face da menina. Com olhos baixos, a jovem pede orações pela mãe, pela família e pelos cristãos do Paquistão que têm uma vida muito difícil.
Ashiq comentou ainda a atual situação de sua mulher. “Está muito forte na sua fé e mentalmente e psicologicamente está bem. A sua esperança está em Deus, está na oração”. Perguntado sobre a situação dos cristãos no Paquistão, Ashiq contou que, na semana passada, um rapaz foi queimado vivo. A situação dos cristãos no país, então, é de perseguição.
Segundo o advogado de Asia Bibi, Joseph Nadeem, as pressões sobre o governo do Paquistão são a última esperança para salvar a vida de Asia. Ainda existe uma possibilidade dela ser libertada porque agora o caso está na Corte Suprema, penúltima etapa do processo. A última possibilidade será junto ao presidente da república e por isso o advogado insiste que é necessária a pressão da Comunidade Internacional pedindo a libertação da mulher.
“Decididamente, estamos otimistas, estamos lutando arduamente pela liberdade de Asia Bibi, junto à Comunidade Internacional”, relatou Nadeem.
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