Viagem ao Cazaquistão foi realizada na semana passada, uma visita que o Papa recorda com gratidão e o desejo de que possa dar frutos no futuro
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
A recente viagem ao Cazaquistão foi o tema da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 21. Francisco esteve no país na semana passada, de 13 a 15, para o VII Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais. Também pôde se encontrar com autoridades do país e com a Igreja local, em uma visita que ele deseja que dê frutos ao futuro do país e à Igreja peregrina naquela terra.
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O Santo Padre agradeceu uma vez mais pelo acolhimento que recebeu no país que, com 30 anos de independência, há sete realiza este congresso que foi o mote da viagem apostólica. Segundo o Papa, isso significa colocar as religiões no centro do empenho para a construção de um mundo em que se escuta e se respeita na diversidade. “Isso não é relativismo, não: é escutar e respeitar”, frisou.
A Declaração Final do congresso, observou o Papa, se coloca em continuidade com aquela assinada em Abu Dabi em fevereiro de 2019, sobre a fraternidade humana. “Gosto de interpretar esse passo adiante como fruto de um caminho que vem de longe”, disse o Papa. Aqui, o Pontífice recordou aos fiéis os feitos, nessa área do diálogo inter-religioso, de seus predecessores João Paulo II, João XXIII e Paulo VI, bem como de grandes almas de outras religiões, a exemplo de Mahatma Gandhi.
O Santo Padre também fez memória de tantos mártires de todas as idades, línguas e nações que pagaram com a vida sua fidelidade ao Deus da paz e da fraternidade. “Os momentos solenes são importantes, mas depois é o empenho cotidiano, é o testemunho concreto que constrói um mundo melhor para todos”.
Momento com as autoridades: país do encontro
Além do Congresso, o Papa se encontrou com as autoridades civis do país. Este foi um momento em que pôde destacar a vocação do Cazaquistão a ser país do encontro. “De fato, ali convivem cerca de 150 grupos étnicos e se falam mais de 80 línguas”, observou o Pontífice.
Essa vocação foi acolhida e abraçada como um caminho, que, segundo Francisco, merece ser encorajado e apoiado. O Santo Padre lembrou que também expressou no encontro com as autoridades o desejo de que se prossiga na construção de uma democracia sempre mais madura. Também acenou para as escolhas positivas que o país já fez, como as boas políticas energéticas e ambientais e o “não” às armas nucleares.
Encontro com a Igreja local: a bem-aventurança da pequenez
Não faltou na visita um momento com a Igreja local. Francisco se encontrou com o clero, religiosos e leigos, uma “comunidade de pessoas alegres, com entusiasmo”, descreveu.
No Cazaquistão, os católicos são poucos em um país tão grande, mas essa é uma condição que, vivida com fé, pode dar frutos evangélicos. “Antes de tudo a bem-aventurança da pequenez, de ser fermento, sal e luz contando unicamente com o Senhor e não com alguma forma de relevância humana”.
O Papa também presidiu a Missa no país, na Festa da Exaltação da Santa Cruz. “Isso nos faz refletir: em um mundo no qual o progresso e o retrocesso se entrelaçam, a Cruz de Cristo permanece a âncora da salvação: sinal da esperança que não desilude porque está fundada no amor de Deus, misericordioso e fiel”.