Santa Missa

Papa no Cazaquistão: a partir da Cruz de Cristo, aprendemos o amor

Papa Francisco celebrou a Missa na Festa da Exaltação da Santa Cruz e refletiu sobre a serpente que mata e a serpente que salva

Huanna Cruz
Da Redação

Papa Francisco celebra, no Cazaquistão, Missa na Festa da Exaltação da Santa Cruz / Foto: Reprodução – Vatican News

Nesta quarta-feira, 14, dia em que se celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz, o Papa Francisco celebrou a Santa Missa na Praça Expo, em Nursultan, capital do Cazaquistão, em sua viagem apostólica. A celebração contou com a presença de seis mil fiéis no local.

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Em sua homilia, Francisco falou que a cruz é um patíbulo de morte, mas, neste dia de festa, celebra-se a exaltação da Cruz de Cristo. “Porque, naquele madeiro, Jesus tomou sobre Si o nosso pecado e o mal do mundo, e derrotou os com o seu amor. É por isso que a Igreja faz festa hoje”.

Serpentes que matam

Francisco começou a refletir, em primeiro lugar, sobre as serpentes que mordem. Atacam o povo, que se deixou cair mais uma vez no pecado da murmuração. Murmurar contra Deus não significa apenas falar mal e lamentar-se d’Ele; quer dizer também e mais profundamente que, no coração dos israelitas, esmoreceu a confiança n’Ele, na sua promessa.

Segundo Francisco, não é por acaso que o povo, tendo-se esgotado a confiança em Deus, acaba mordido por serpentes que matam. Eles se lembram da primeira serpente de que fala a Bíblia no livro do Gênesis: o tentador que envenena o coração do homem para o fazer duvidar de Deus. De fato o diabo, precisamente sob a forma de serpente, enfeitiça Adão e Eva, gera neles a desconfiança convencendo-os de que Deus não é bom, antes é invejoso da sua liberdade e felicidade.

“Na história desta terra”, ressalta o Papa, “não faltaram outras mordeduras dolorosas: penso nas serpentes ardentes da violência, da perseguição ateísta, penso num caminho por vezes conturbado durante o qual foi ameaçada a liberdade do povo e ferida a sua dignidade”.

Segundo o Pontífice, para que o Cazaquistão cresça ainda mais na fraternidade, no diálogo e na compreensão, para lançar pontes de cooperação solidária com os outros povos, nações e culturas, há necessidade do empenho de todos.

A serpente que salva

O Papa afirmou que enquanto o povo está morrendo por causa das serpentes ardentes, Deus escuta a oração de intercessão de Moisés e ordena-lhe que faça uma serpente abrasadora. E narra a Bíblia que todo aquele que tivesse sido mordido e olhasse para essa serpente, ficaria vivo.

“Perante as nossas baixezas, Deus dá-nos uma nova altura: se mantivermos o olhar voltado para Jesus, as mordeduras do mal já não nos podem dominar, porque Ele, na cruz, tomou sobre Si o veneno do pecado e da morte, e aniquilou a sua força destruidora”, ressaltou Francisco.

Por fim, o Papa afirmou que a estrada da salvação, do renascimento e ressurreição de todos os cristãos está em olhar para Jesus crucificado. “Porque, a partir da Cruz de Cristo, aprendemos o amor, não o ódio; aprendemos a compaixão, não a indiferença; aprendemos o perdão, não a vingança”.

“No madeiro da cruz, Cristo tirou o veneno à serpente do mal, e ser cristão significa viver sem venenos: não nos mordermos entre nós, não murmurar, não acusar, não criticar os outros, não disseminar as obras do mal, não poluir o mundo com o pecado e a desconfiança que vem do Maligno”.

Palavras ao término da Missa

Ao término da Santa Missa, Francisco agradeceu às autoridades, ao povo presente e ao arcebispo de Maria Santíssima em astana, Dom Tomash Bernard Peta, pelas palavras, abençoou os idosos e os doentes, as crianças e os jovens.

“Hoje, festa da Exaltação da Santa Cruz, sintamo-nos espiritualmente unidos ao santuário nacional da Rainha da Paz em Ozyornoje”. 

O Pontífice demonstrou a sua gratidão ao Senhor pelo empenho do povo do Cazaquistão em promover o diálogo e transformar-se numa imploração da paz.

“Não nos habituemos à guerra, não nos resignemos à sua inevitabilidade. Socorramos quem sofre e insistamos para que se tente verdadeiramente alcançar a paz”.

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