Santo Padre recebeu hoje em audiência bispos do Sínodo Patriarcal da Igreja Armênio-Católica
Rádio Vaticano
O massacre armênio foi o tema da audiência do Papa Francisco ao receber no Vaticano, na manhã desta quinta-feira, 9, bispos do Sínodo Patriarcal da Igreja Armênio-Católica.
No seu discurso, o Pontífice recordou que presidirá a Santa Missa neste domingo, 12, na Basílica Vaticana, em memória das vítimas da perseguição ocorrida 100 anos atrás no então Império Otomano. “Invocaremos a Misericórdia Divina para que nos ajude a curar toda ferida e a acelerar gestos concretos de reconciliação e de paz entre as nações que ainda não conseguem chegar a um consenso razoável sobre a interpretação daqueles tristes fatos”, disse o Papa.
Francisco aproveitou a presença do Sínodo Patriarcal para ressaltar a tradição cristã do povo armênio, o primeiro a se converter ao Cristianismo em 301, e saudar os religiosos e fiéis da diáspora, que hoje vivem em tantos países, inclusive na América Latina. Em especial, saudou os que estão na Síria. Cem anos atrás, recordou, a cidade de Aleppo foi porto seguro para os poucos sobreviventes armênios. Hoje, a presença cristã nesta região está ameaçada.
A recordaçãoo das vítimas de um século atrás, acrescentou o Pontífice, coloca as pessoas de hoje diante do mistério do mal. Do íntimo do coração do homem, podem desencadear-se as forças mais obscuras, capazes de programar a aniquilação do irmão, considerá-lo um inimigo, um adversário, e até mesmo alguém desprovido de dignidade humana, disse.
Mas, para o cristão, o mistério do mal introduz também o mistério da participação na Paixão redentora. Por isso, Francisco encorajou os líderes da Igreja armênia a fazer com que os fiéis não se considerem somente como sofredores em Cristo, mas ressuscitados Nele.
Durante o “êxodo interminável” sofrido pelos armênios, o Papa citou o papel naquele tempo do Papa Bento XV, que interveio junto ao Sultão Mehmet V para deter o massacre.