Bento XVI presidiu na tarde de ontem, 25, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, as II Vésperas da Solenidade da Conversão de São Paulo, com a qual encerrou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos no hemisfério norte. Estavam presentes na Basílica representantes anglicanos, luteranos e do patriarcado ortodoxo de Constantinopla.
Na homilia, o Papa afirmou que a conversão de São Paulo nos oferece um modelo e nos indica a estrada para caminhar rumo à plena unidade: "De fato, a unidade requer uma conversão: da divisão à comunhão, da unidade ferida à unidade restaurada e plena. Esta conversão é dom de Cristo ressuscitado, como aconteceu com São Paulo".
Mas a conversão, recordou o Papa, não depende somente de nós, mas é um dom: é a comunhão com Cristo ressuscitado que nos doa a unidade.
O tema da Semana foi extraído do livro do profeta Ezequiel: "Que formem uma só coisa em tua mão" (Ez 37,17). Deste trecho, disse o Pontífice, emerge uma verdade cheia de esperança: Deus promete a seu povo uma nova unidade que deve ser sinal e instrumento de reconciliação e de paz também no plano histórico, para todas as nações.
O Santo Padre XVI explicou que a unidade que Deus dá à sua Igreja é a comunhão no sentido espiritual, na fé e na caridade, mas esta unidade em Cristo é fermento de fraternidade também no plano social, nas relações entre as nações e para toda a família humana.
"Lá onde as palavras humanas se tornam impotentes, porque prevalece a trágica opressão da violência e das armas, a força profética da Palavra de Deus não permanece em vão e nos repete que a paz é possível e que devemos ser instrumentos de reconciliação e de paz."
Falando da Terra Santa, Bento XVI ressaltou a importância dos cristãos que lá vivem, como também os peregrinos que a visitam, para que ofereçam a todos o testemunho de que a diversidade de ritos e de tradições não deve constituir um obstáculo ao respeito mútuo e à caridade fraterna, mas riqueza na multiplicidade.
O Papa concluiu a homilia recordando que em 25 de janeiro de 1959, exatamente cinqüenta anos atrás, o bem-aventurado Papa João XXIII manifestou pela, primeira vez, o desejo de convocar "um Concílio Ecumênico para a Igreja Universal".
Daquela providente decisão, disse Bento XVI, nasceu uma fundamental ajuda ao ecumenismo: "Permanece aberto diante de nós o horizonte da plena unidade. Trata-se de uma tarefa árdua, mas entusiasta para os cristãos que querem viver em sintonia com a Oração do Senhor: 'a fim de todos sejam um, para que o mundo creia'".
Leia mais
.: "Não há ecumenismo sem autêntica conversão", diz Papa
Conteúdo acessível também pelo iPhone – iphone.cancaonova.com