Após ataque

Papa pede que o mundo não fique indiferente diante da guerra na Ucrânia

Após ataque russo, que matou 45 pessoas em Dnipro, Francisco voltou a apelar pelo fim do confronto na Ucrânia

Da redação, com Vatican News e Reuters

Foto: REUTERS/Clodagh Kilcoyne

A crueldade da guerra na Ucrânia e as consequentes vítimas civis continuam a ser lembradas pelo Papa Francisco. Na Audiência Geral desta quarta-feira, 18, o Pontífice pediu aos fiéis: “Não nos esqueçamos de rezar pela martirizada Ucrânia, tão necessitada de proximidade, conforto e sobretudo de paz”.

Em particular, Francisco referiu-se ao ataque na cidade ucraniana de Dnipro, quando um míssil russo atingiu um prédio residencial. O Santo Padre afirmou que diante deste trágico episódio, não cabe a indiferença:

“No sábado passado, um novo ataque com mísseis causou muitas vítimas civis, incluindo crianças. Compartilho da dor excruciante dos familiares. As imagens e testemunhos deste trágico episódio são um forte apelo a todas as consciências. Não se pode ficar indiferentes!”

Ataque

O ataque a Dnipro tirou a vida de 45 pessoas, incluindo 6 crianças, uma de 11 meses. Os feridos são 79, entre os quais 16 menores. 28 pessoas estão hospitalizadas, 10 em estado grave. O presidente ucraniano Zelensky informou em sua mensagem diária na noite de terça-feira, 17, que as operações de resgate no local foram concluídas.

A chamada “operação militar especial” que supostamente visava eliminar ameaças militares ucranianas, não poupa alvos civis, incluindo infra-estruturas de serviços básicos, como eletricidade e água, mas também hospitais, escolas, igrejas.

Crianças

De acordo com relatórios das autoridades estatais ucranianas, desde 16 de janeiro deste ano, 336 crianças foram oficialmente consideradas desaparecidas; 455 crianças morreram desde o início do conflito, enquanto 897 foram feridas.

Já o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Ohchr), afirma que as baixas civis na Ucrânia desde o início da guerra são 7.031. Estas, no entanto, são apenas as baixas confirmadas, mas o número real é “consideravelmente maior”.

A maioria das baixas civis registradas foi causada pelo uso de armas explosivas com efeitos de amplo alcance, entre os quais bombardeios de artilharia pesada, sistemas de mísseis de lançamento múltiplo, mísseis e ataques aéreos.

Esforços pelo fim da Guerra

No Fórum Econômico Mundial iniciado em Davos na segunda-feira, 16, e previsto para ser finalizado na sexta-feira, 20, a primeira-dama da Ucrânia, , Olena Zelenska disse que entregaria uma carta à delegação da China apresentando as propostas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, para encerrar a guerra da Rússia contra seu país.

A China, que assim como a Rússia é um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, é um parceiro importante para a Rússia. O país se recusou a condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em um discurso pedindo aos delegados que façam mais para ajudar a acabar com a guerra, Olena disse que planejava entregar a carta ao vice-primeiro-ministro chinês Liu He, que falou depois dela, para repassar a carta ao presidente Xi Jinping. A primeira-dama da Ucrânia disse que também tinha cartas para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e para o presidente da Suíça, Alain Berset.

Ucrânia e Alemanha

Após o ataque a Dnipro, nesta terça-feira, 17, a Ucrânia voltou a manifestar o desejo de conseguir uma frota de tanques de guerra modernos com a qual espera poder mudar o curso da guerra contra a Rússia, depois que a Alemanha disse que este seria o primeiro item da agenda do novo ministro da Defesa.

Quase 11 meses após a invasão da Rússia, Kiev diz que uma frota de tanques de guerra ocidentais daria às suas forças o poder de fogo móvel necessário para expulsar as tropas russas em batalhas decisivas em 2023. Os tanques de batalha Leopard de fabricação alemã, elemento fundamental dos exércitos em toda a Europa, são amplamente vistos como a única escolha plausível para fornecer à Ucrânia a força de tanques de grande escala de que ela precisa. 

O Estado-Maior do exército ucraniano declarou também nesta terça-feira que a Rússia lançou mais de 70 ataques com mísseis nas últimas 24 horas. As forças russas bombardearam mais de 15 assentamentos perto da cidade de Bakhmut, na região leste de Donetsk, incluindo a cidade produtora de sal de Soledar, onde a Rússia e a Ucrânia travaram uma dura guerra de trincheiras por semanas.

O incessante bombardeio russo destruiu completamente a cidade de Bakhmut e danificou gravemente a cidade de Avdiivka, no centro da região de Donetsk. “Combates muito pesados ​​continuam nos dois setores-chave de (…) Bakhmut e Avdiivka”, disse o analista militar ucraniano Oleh Zhdanov no YouTube.

 

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