Nesta semana, arquidiocese retomou de forma segura e programada as missas com a presença dos fiéis e suas atividades administrativas
Da redação, com Vatican News
O Brasil tem enfrentado diferentes realidades da pandemia em um único país, resultado de “uma grande população, o que mantém as proporções”, comentou o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, com dados não menos “impressionantes e que causam muita preocupação”. Até esta quinta-feira, 2, cerca de 61 mil pessoas perderam a vida, vítimas da doença, e aproximadamente 1 milhão e 500 mil testaram positivo para o coronavírus no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
As celebrações públicas nas igrejas precisam respeitar a realidade de cada Estado, através de decretos determinados pelos governos estaduais e municipais. A Arquidiocese de São Paulo, por exemplo, nesta semana entrou numa nova fase com a retomada – segura, programada e gradual – tanto das missas com a presença dos fiéis como das atividades administrativas e pastorais que estavam reduzidas ao mínimo para preservar a saúde dos colaboradores, dos sacerdotes e da população.
Segundo Dom Odilo Scherer, isso só foi possível mediante aprovação de protocolos sanitários específicos pela prefeitura municipal de São Paulo, como aquele para retomar os trabalhos importantes para a relação entre os fiéis e a Igreja: “Nós conseguimos concordar um protocolo sobre as atividades que nós queremos retomar, atividades de escritório – são as nossas cúrias, os nossos expedientes paroquiais. Por isso, nós tivemos a aprovação do nosso protocolo pela prefeitura de São Paulo e estamos retomando com muitas restrições, naturalmente, os trabalhos de escritório da Igreja”.
“Já é um passo muito importante para retomar, pouco a pouco, as atividades da Igreja. Nós estamos conscientes de que ainda há risco de difusão, porém, também temos hoje meios melhores para nos prevenirmos contra a difusão. Por isso, observando essas orientações, nós esperamos contribuir para manter a saúde da população, mas, ao mesmo tempo, retomar as atividades que são tão importantes para a vida da nossa Igreja”, comentou o cardeal.
A outra novidade desta semana no âmbito da Arquidiocese de São Paulo, e muito aguardada pela comunidade católica, é a retomada das celebrações da Eucaristia e demais Sacramentos com a presença dos fiéis. Um comunicado oficial do arcebispo de São Paulo, de 24 de junho, de fato, orienta “os padres e demais responsáveis pelas igrejas” que, “a prudente critério”, retomem as missas com o povo, “observando cuidadosamente as medidas preventivas” já recomendadas pela Igreja no Brasil, através das Orientações da CNBB, divulgadas ainda no mês de maio.
As celebrações transmitidas online por diferentes plataformas continuam sendo recomendadas pelo arcebispo, já que a situação da pandemia ainda exige cuidados e as aglomerações devem ser evitadas. Só o Estado de São Paulo já superou a marca de 15 mil mortes por Covid-19 e o total de casos confirmados foi a 289 mil. O pedido do cardeal Scherer é de “paciência e prudência para não atropelar os tempos”, dando força a esse sinal de esperança que se abre em meio à pandemia:
“Nós, aqui, nunca tivemos a proibição de fazer as celebrações, nem a proibição de abrir as igrejas. Nunca houve a proibição. Mas, é claro, desde o dia 21 de fevereiro já, nós tivemos o cuidado de restringir ao máximo a presença do povo nas igrejas para não promover aglomerações e oportunidade de contágio. A partir de agora, a gente está orientando os padres e as paróquias para que retomem pouco a pouco as celebrações com o povo. Naturalmente, com aquelas orientações previstas nos protocolos, com a ocupação apenas de um terço do espaço da igreja, o espaçamento entre as pessoas, usando máscaras, álcool em gel na entrada, medir a temperatura… Todas aquelas recomendações que são muito conhecidas.”
O cardeal prosseguiu: “Nós esperamos também que o nosso povo, que está angustiado, que quer voltar à igreja, que quer voltar a participar das celebrações, dos Sacramentos, tenha a oportunidade de, pouco a pouco, voltar a participar. Isso para nós é muito importante! Para o povo é muito importante também para dar um sinal de esperança, dar um sinal de testemunho de que nós estamos, sim, colaborando com a preservação da saúde, mas temos algo muito importante que nós não podemos perder e não queremos perder: é justamente a fé, a vida da Igreja, com testemunho de Deus no meio da cidade”.