Família fugia da guerra na Síria, onde sua cidade natal foi destruída pelo Estado Islâmico
Da Redação, com Agência Brasil
O pai da criança síria de três anos que apareceu morta, na quarta-feira, 2, numa praia da Turquia e cuja imagem chocou o mundo chegou nesta sexta-feira, 4, à sua cidade natal de Kobane para enterrar a família, revelou um fotógrafo da agência France Press (AFP).
Abdullah Al Kurdi chegou à cidade fronteiriça turca de Suruc, destruída pelo Estado Islâmico, com os caixões dos dois filhos, o pequeno Aylan, de 3 anos, e Galip, de 5 anos, e da mãe das crianças, todos mortos por afogamento enquanto tentavam fugir para a Turquia e com destino ao Canadá.
A família Kurdi fugiu da cidade, que durante meses esteve ocupada pelo grupo terrorista Estado Islâmico, numa tentativa de seguir para o Canadá, onde vive uma tia do rapaz.
Segundo a AFP, um longo cortejo acompanhou o pai das duas crianças afogadas até a fronteira com a Síria.
Em Kobane, o fotógrafo da agência de notícias francesa contou que Abdullah Al Kurdi estava ainda em choque com a tragédia que aconteceu com sua família e que abalou o mundo.
Os preparativos estavam em andamento na cidade para enterrar os integrantes da família como mártires, porque eles “pagaram com suas vidas para escapar da guerra”, de acordo com autoridades locais.
O pai de Aylan disse ontem que, além dos seus dois filhos e da mulher, tinham morrido outros nove refugiados sírios no naufrágio do seu barco durante a noite ao tentar chegar à ilha grega de Kos, entrada para a União Europeia.
“Eu segurei a mão de minha esposa, mas os meus filhos escorregaram das minhas mãos”, disse o pai nessa quinta-feira à agência de notícias turca Dogan.
O corpo do pequeno Aylan, de 3 anos, foi descoberto na quarta-feira de manhã deitado na praia em Bodrum, uma estância da Riviera turca e conhecida internacionalmente, com o rosto na areia.
Após o naufrágio que matou a família Kurdi, a polícia turca prendeu quatro traficantes, todos de nacionalidade síria.
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