Para proteger o carisma do Opus Dei e promover a ação evangelizadora, o Papa Francisco dispôs à prelazia algumas normas no documento Ad charisma tuendum
Da Redação, com Boletim da Santa Sé e Opus Dei
São Josemaria Escrivá de Balaguer fundador da Prelazia do Opus Dei/ Foto: Arquivo
O Vaticano publicou, nesta sexta-feira, 22, o Motu proprio ‘Ad charisma tuendum‘, do Papa Francisco, com novas disposições para a Prelazia do Opus Dei. O documento busca proteger o carisma da prelazia e promover a ação evangelizadora que seus membros realizam no mundo.
A carta do Papa é publicada 40 anos após a Constituição Apostólica Ut sit, de João Paulo II, que erigiu a Prelazia do Opus Dei, confiando-lhe a tarefa pastoral de contribuir de modo particular para a missão evangelizadora da Igreja. De acordo com o dom do Espírito recebido de São Josemaria Escrivá de Balaguer, a Prelazia do Opus Dei, com a orientação de seu Prelado, realiza a tarefa de difundir, no mundo, o chamado à santidade, mediante a santificação de compromissos laborais e familiares e sociais através dos clérigos nela incardinados e com a cooperação orgânica dos leigos que se dedicam às obras apostólicas.
São João Paulo II afirmou, na Constituição Apostólica Ut sit, que “Com grande esperança, a Igreja dirige as suas maternais solicitudes e atenções ao Opus Dei (…), para que seja sempre um instrumento válido e eficaz da missão salvífica que a Igreja cumpre pela vida do mundo “.
Com este “Motu Proprio”, o Papa Francisco pretende confirmar a Prelazia do Opus Dei no contexto autenticamente carismático da Igreja, especificando a sua organização em harmonia com o testemunho do Fundador, São Josemaria Escrivá de Balaguer, e com os ensinamentos da eclesiologia conciliar sobre prelaturas pessoais.
Francisco modifica alguns artigos da Ut sit, harmonizando-os com o que foi estabelecido pela recente Constituição apostólica “Praedicate Evangelium”, de 19 de março de 2022. Nesse documento, o Santo Padre julgou conveniente confiar ao Dicastério para o Clero a competência para tudo o que pertence à Sé Apostólica quanto às prelaturas pessoais, das quais a única que até agora foi erigida é a do Opus Dei. Assim, Francisco dispõe para a Prelazia a transferência de competências passando-as do precedente Dicastério para os Bispos para o Dicastério para o Clero e estabelece que o Prelado não pode mais receber a ordem episcopal.
Disposições do “Motu Proprio” sobre a figura do prelado
Com a publicação do novo documento e aceitando “filialmente” o que Francisco dispôs, o prelado do Opus Dei, Dom Fernando Ocáriz, enviou uma carta aos membros da Prelazia. Segundo ele, o Santo Padre os encoraja a prestar atenção ao dom que Deus deu a São Josemaria, para vivê-lo plenamente. Exorta-os a cuidar do carisma do Opus Dei para promover a ação evangelizadora dos seus membros e, deste modo, difundir no mundo o chamamento à santidade, através da santificação do trabalho e das ocupações familiares e (Motu proprio Ad carisma tuendum).
O prelado gostaria que este convite do Santo Padre ressoasse fortemente em cada um do Opus Dei. “É uma oportunidade para aprofundar o espírito que o Senhor infundiu em nosso fundador e compartilhá-lo com muitas pessoas na família, no trabalho e no ambiente social”.
Quanto às disposições do Motu proprio sobre a figura do prelado, Dom Fernando reitera os frutos da comunhão eclesial que significaram os episcopados do Beato Álvaro e Dom Javier. “Ao mesmo tempo, a ordenação episcopal do prelado não era e não é necessária para a orientação do Opus Dei. A vontade do Papa de sublinhar agora a dimensão carismática da Obra convida-nos a reforçar o clima de família, de afeto e de confiança: o prelado deve ser um guia, mas sobretudo um pai”.
Por fim, o prelado pede que rezem pelo trabalho que o Papa Francisco os pediu para realizar, para adaptar o direito particular da Prelazia às indicações do Motu proprio Ad carisma tuendum, mantendo-os como o Pontífice os disse, fiel ao carisma.
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