A ONU lembra o trabalho humanitário de trabalhadores que foram mortos ou feridos enquanto atuavam ajudando os mais necessitados
Da redação, com Vatican News
No Dia Mundial da Humanidade, membros da ONU honraram os trabalhadores que “ultrapassam grandes desafios” para salvar e melhorar a vida de milhares de mulheres, homens e crianças que são atingidas de maneira contundente pelas mais diversas crises, incluindo a pandemia causada pelo novo coronavírus.
Em uma mensagem que celebra o dia em questão, o secretário-geral da ONU, António Guterres, clamou que todos aplaudam e deem apoio aos trabalhadores que lidam com questões humanitárias, que estão trabalhando abnegadamente em meio a uma crise sem precedentes.
Heróis desconhecidos da vida real
“Esses heróis da vida real”, disse ele, “estão fazendo coisas extraordinárias em tempos extraordinários para ajudar mulheres, homens e crianças cujas vidas são afetadas por estas crises”.
O Dia Mundial da Humanidade foi instituído pela ONU em 2009. Ele recorda a morte de 22 funcionários da ONU no ataque a bomba em 19 de agosto de 2003, em um hotel em Bagdá, Iraque. Entre eles estava Sergio Vieira de Mello, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, que foi nomeado Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para o Iraque.
Guterres disse que os trabalhadores humanitários estão respondendo à crise global da COVID-19 e ao aumento das necessidades humanitárias em decorrência da pandemia. Perda de empregos, educação, comida, água e segurança levam milhões à beira do abismo.
O secretário-geral da ONU notou ainda que este ano serão celebrados particularmente os trabalhadores humanitários, pois eles próprios, muitas vezes, se encontram em dificuldades. São refugiados que ajudam países, que ajudam aos profissionais de saúde local, que cuidam dos doentes e vacinam crianças e que negociam o acesso em áreas de conflito para levar alimentos, água e remédios aos necessitados.
Os heróis anônimos da resposta à pandemia, disse ele, “muitas vezes arriscam suas próprias vidas para salvar a vida de outras pessoas”.
O primeiro a ajudar, o último a sair
Em uma mensagem separada, o presidente da Assembleia Geral da ONU ecoou seus sentimentos e homenageou os “heróis verdadeiros”. “Eles são ‘os primeiros a responder e os últimos a partir’, aceitando os riscos de serem ameaçados, feridos, sequestrados e mortos”, disse Tijjani Muhammad-Bande, da Nigéria.
Ele denunciou a violência contra trabalhadores humanitários e a deterioração do direito humanitário. No entanto, apesar do maior déficit de financiamento de todos os tempos, os trabalhadores humanitários em 2020 lutaram contra a Covid-19 e um grande aumento nas necessidades humanitárias em 63 países.
Financiar o trabalho, garantir a segurança
Mark Lowcock, chefe do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), também prestou homenagem aos trabalhadores humanitários dizendo que a melhor maneira de apreciá-los é financiar seus esforços e garantir a segurança deles.
De acordo com o Banco de Dados de Segurança do Trabalhador Humanitário, os principais ataques contra estes trabalhadores, em 2019, ultrapassaram todos os anos anteriores registrados. Um total de 483 trabalhadores humanitários foram atacados, 125 mortos, 234 feridos e 124 sequestrados em 277 incidentes separados. Isso representa um aumento de 18% no número de vítimas se comparados a 2018.