Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde relata os dramáticos testemunhos de pais que contam como seus filhos estão exaustos pela falta de comida
Da Redação, com Vatican News

Foto: Anadolu via Reuters
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, apontou o número elevado de mortes relacionadas à desnutrição em Gaza. Tedros apresentou testemunhos comoventes de familiares que perderam seus entes queridos.
“A crise alimentar foi acelerada pelo colapso dos sistemas de desnutrição de ajuda e pelas restrições ao acesso. 95% das famílias de Gaza enfrentam uma grave escassez de água, com acesso diário muito abaixo do mínimo necessário para beber, cozinhar e para a higiene”, afirmou.
De acordo com a ONU e outras organizações, nas duas primeiras semanas de julho, de 56.440 crianças de diferentes áreas do enclave, quase 5 mil sofriam de desnutrição aguda e 838 de desnutrição extrema.
Ajuda humanitária
O bloqueio foi encerrado em meados de maio, com a criação da Fundação Humanitária de Gaza, mas seus locais de distribuição se tornaram locais de violência e morte, onde, como aconteceu dramaticamente nos últimos dias, a multidão é frequentemente alvo de ataques enquanto espera na fila para receber alimentos.
Nesta sexta-feira, 25, a organização israelense para a coordenação das atividades governamentais nos Territórios (Cogat), comunicou a entrada de 70 caminhões. Um número claramente irrisório (antes do conflito, entravam centenas todos os dias), uma gota no mar, amplamente insuficiente para satisfazer a mínima necessidade de sobrevivência.
O presidente israelense, Isaac Herzog, em visita a Gaza pela primeira vez desde 7 de outubro, declarou que Israel age de acordo com o direito internacional e está fornecendo ajuda humanitária, acusando o Hamas e seu povo de tentar sabotar essa ajuda.
Witkoff, Dermer e Al Thani na Sardenha
O enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, chegou na manhã desta sexta-feira, 25, a Olbia, na Sardenha, onde deverá se encontrar com o ministro israelense, Ron Dermer, e o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, para tentar chegar a um acordo.
Entretanto, também o arcebispo de York, Stephen Cottrell, máximo representante anglicano da Igreja da Inglaterra, à espera da nomeação do arcebispo de Canterbury, ao expressar solidariedade à comunidade cristã da Sagrada Família atingida na quinta-feira passada (“não há desculpas para o bombardeio de locais de culto”), levantou seu “grito contra este ataque bárbaro à vida e à dignidade humana” em curso em Gaza. Ele pediu o fim da “violência, fome e desumanização infligidas à população”. “Na Faixa, morrem há 22 meses: a guerra e os massacres devem acabar imediatamente”.