Último caso na África foi registrado há quatro anos na Nigéria
Da redação, com Reuters
A África foi declarada livre da poliomielite selvagem, nesta terça-feira, 25, pela Comissão de Certificação Regional Africana (ARCC) para a Erradicação da Pólio.
A certificação do marco, anunciada durante uma videoconferência da Organização Mundial da Saúde (OMS), significa que todos os 47 países da região da África da OMS erradicaram a doença viral que pode causar paralisia irreversível.
O último caso na África foi registrado há quatro anos no nordeste da Nigéria.
Crianças menores de cinco anos são as mais vulneráveis, mas as pessoas podem ser totalmente protegidas com vacinas preventivas.
Usman Yusuf, membro da Associação Nacional de Sobreviventes da Pólio da Nigéria, que contraiu a doença quando tinha 3 anos, disse que esperava ansiosamente pela erradicação da pólio. “Isso nos incomodava muito e não queríamos que nossos filhos e nossos mais novos seguissem o mesmo caminho ”, disse.
A doença
A poliomielite é uma doença altamente infecciosa causada por um vírus que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia total em questão de horas. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum (água ou alimentos contaminados, por exemplo) e se multiplica no intestino.
Os sintomas iniciais são febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço e dor nos membros. Uma em cada 200 infecções causa paralisia irreversível (geralmente nas pernas). Entre os acometidos, 5% a 10% morrem quando há paralisia dos músculos respiratórios.
Poliomielite no mundo
Os casos de poliovírus selvagem diminuíram em mais de 99% desde 1988, quando foram estimados 350 mil casos em mais de 125 países endêmicos. Em 2018, foram notificados 29 casos. Em 2017, foram 22.
Das três cepas de poliovírus selvagem (tipos 1, 2 e 3), o poliovírus selvagem tipo 2 foi erradicado em 1999 e nenhum caso de poliovírus selvagem tipo 3 foi encontrado desde o último caso relatado na Nigéria.
Brasil
O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. No entanto, até que a doença seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território.
Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante, entre outras medidas.