“O atentado contra a igreja na Nigéria, precisamente no dia de Natal, manifesta infelizmente mais uma vez um ódio cego e absurdo que não tem nenhum respeito pela vida humana", afirmou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, em declaração. Segundo ele, o atentado contra a igreja católica em Madalla, neste domingo, 25, “busca suscitar e alimentar ainda mais o ódio e a confusão”.
O aumento das tensões inter-religiosas na Nigéria, sexto país do mundo em número de cristãos, preocupa o Vaticano. Em novembro passado, durante sua visita a Benin, o Papa Bento XVI insistiu na tradição tolerante do Islamismo na África e na coexistência pacífica entre muçulmanos e cristãos.
“Estamos próximos do sofrimento da Igreja nigeriana e de todo o povo tão afetado pela violência terrorista, mesmo nestes dias que deveriam ser de alegria e de paz”, ressaltou padre Lombardi em sua nota.
Ataques a bomba contra igrejas na Nigéria durante as celebrações natalícias mataram 40 pessoas neste domingo em vários pontos do país. A seita islâmica Boko Haram assumiu a autoria do atentado contra a Igreja de Santa Teresa em Madalla, perto da capital, Abuja, que matou 35 pessoas. Houve ainda três outras explosões, uma delas na igreja evangélica da cidade de Jos, no centro da Nigéria, na qual morreu um policial que vigiava o templo, e em Damaturu, onde quatro pessoas perderam a vida.
“Somos responsáveis por todos os ataques dos últimos dias, inclusive a bomba na igreja de Madalla”, foi a reivindicação feita por telefone à agência France Press por um porta-voz da Boko Haram, Abul Qaqa. “Continuaremos lançando ataques como estes no norte do país nos próximos dias” – advertiu a fonte do movimento, que promove a criação de um Estado islâmico na Nigéria.
O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, condenou os atos de violência contra cidadãos inocentes como uma injustificada afronta à nossa segurança e à nossa liberdade. Ele prometeu que “o governo não vacilará em sua determinação de levar à Justiça todos os que perpetraram atos de violência hoje e no passado”.
O ministro do Interior, Caleb Olubolad, que visitou uma das igrejas atacadas, disse que “é como se ocorresse uma guerra interna no país”. “Devemos estar realmente à altura e enfrentar a situação”. A Casa Branca denunciou a violência gratuita e as trágicas mortes no dia do Natal.