Jihadistas divulgaram novo vídeo em que cristãos etíopes na Líbia são executados; vítimas ainda não foram identificadas
Da Redação, com Agência Fides
Os cristãos, desta vez etíopes, voltaram a ser vítimas do Estado Islâmico. Neste domingo, 19, foi divulgado um novo vídeo que mostra a execução de cristãos etíopes por jihadistas que procuram disseminar a propaganda do grupo extremista.
No vídeo, são vistos dois grupos de prisioneiros apresentados como cristãos etíopes que são decapitados e levam tiros de arma de fogo na nuca em um lugar deserto em uma praia líbia. Acompanhado de slogans habituais contra a “nação da cruz” e de imagens da destruição de igrejas, ícones e túmulos cristãos, o vídeo repete, dirigindo-se aos cristãos, que para eles não haverá salvação se não se converterem ao islã ou não aceitarem pagar a taxa de proteção.
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As vítimas são apresentadas como pertencentes à “hostil Igreja etíope”. No momento, ainda faltam verificações e confirmações sobre a identidade das vítimas. Segundo fontes do governo e da Igreja ortodoxa da Etiópia, é provável que se trate de pobres emigrantes etíopes pertencentes às multidões de homens e mulheres que tentam chegar à Europa através da Líbia e depois embarcam em barcos geridos por redes criminosas de contrabandistas.
Patriarcas e bispos católicos do Egito, reunidos no Cairo para a assembleia que é realizada duas vezes ao ano, dedicarão parte da reflexão pastoral aos novos massacres dos cristãos etíopes realizados por jihadistas do Estado Islâmico.
Segundo o bispo copto católico de Guizeh, Dom Antonios Aziz Mina, o patriarca da Igreja ortodoxa da Etiópia, Mathias, I tinha programado ir ao Egito e partilhar junto ao Patriarca copto Tawadros II para participar das comemorações do genocídio armênio. Agora, de última hora, quis anular a visita, desculpou-se e disse que permanecerá na Etiópia.
“Continuamos a olhar para estes acontecimentos com o olhar da fé. A cadeia de mártires não acabou e acompanhará toda a história, até o fim. Os cristãos não buscam o martírio, querem viver na paz e na alegria. Mas se o martírio chega, é um conforto ver que poder ser aceito com a mesma paz com que o aceitaram os coptas que pronunciavam o nome de Cristo e a Ele se confiavam enquanto eram degolados. A Igreja nunca se lamentou do martírio, mas sempre celebrou os mártires como aqueles em que, justamente enquanto são mortos, resplandece a grande e consoladora vitória de Cristo”, declarou o bispo copto católico.