Dom Luiz Mancilha faleceu aos 80 anos; foi o bispo referencial do Movimento Mães que Oram pelos Filhos junto à CNBB
Huanna Cruz
Da Redação
A Associação de Mães que Oram pelos Filhos (AMO) manifestou o seu pesar pelo falecimento de Dom Luiz Mancilha Vilela, bispo emérito da arquidiocese de Vitória (ES), bispo referencial do movimento mães que Oram pelos Filhos junto à CNBB.
A coordenadora-geral da AMO, Angela Abdo Campos Ferreira, afirma que Dom Luiz Mancilha Vilela, em sua caminhada e frutífera existência, deu testemunho da alegria e do desejo constante pela santidade.
“Em seu ministério episcopal, nos anos dedicados à Igreja Particular de Vitória/ES, foi um zeloso pai. Sempre acolheu o Movimento Mães que Oram pelos Filhos. Foi ele quem primeiro viu este Movimento nascer e, desde então, nunca recusou cuidado, amparo e direção, sempre que necessitamos. Em seu jeito particular, firme e alegre, apontou-nos os caminhos de Jesus por meio da Igreja, nos motivava a sermos mães intercessoras, e que nunca desistíssemos da obra de salvação de Deus em nossos filhos e nossas famílias.”
O velório aconteceu na Catedral de Vitória na manhã de ontem, 24, das 9h às 21 horas. A primeira missa de corpo presente foi às 10h e as demais às 12h, 14h, 16h, 18h e 20h. Nesta quinta-feira, 25, aconteceram missas às 6h, 8h e às 10h sendo esta última missa exequial presidida pelo arcebispo Dom Dario Campos. Em seguida, aconteceu o sepultamento na cripta da Igreja Mãe, a Catedral.
Biografia
Nascido em 1942, em Pouso Alto, Dom Luiz era religioso da Congregação Sagrados Corações. Foi nomeado bispo, em 1986, para a diocese de Cachoeiro de Itapemirim, onde permaneceu até 2002 quando foi nomeado arcebispo para a Arquidiocese de Vitória. Tornou-se emérito em novembro de 2018, e permaneceu residindo na Arquidiocese de Vitória, exercendo algumas atividades religiosas.
Estudou filosofia no Instituto Sagrados Corações, em Pindamonhangaba, e teologia na Pontifícia Universidade de Minas Gerais, em Belo Horizonte. É licenciado pela Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Cursou “Teologia da Vida Religiosa” e “Formação para formadores para a Vida Religiosa e Sacerdotal”.
Foi ordenado padre no dia 21 de dezembro de 1968, na cidade de Belo Horizonte pelo Cardeal Serafim Fernandes de Araújo. Após sua ordenação, trabalhou como coordenador de Pastoral Vocacional na Província da Congregação dos Sagrados Corações (SSCC), foi conselheiro provincial e superior do Seminário Sagrados Corações de Pindamonhangaba. Além de ser vigário ecônomo da Igreja Santo Antônio em Santo Antônio do Pinhal.
Em 1981, a Congregação lhe pediu um outro serviço, ser o Superior Provincial da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Em 1985, foi reeleito e nomeado para o mesmo cargo, mas a Igreja, no mesmo ano, pediu-lhe outra mudança. Em 3 de dezembro de 1985, o Papa João Paulo II nomeou-o bispo de Cachoeiro do Itapemerim (ES).
Sua ordenação episcopal ocorreu, em 22 de fevereiro de 1986, pelo Cardeal Serafim Fernandes de Araújo. Assumiu como seu lema: Ut Pastor Pascet, isto é, “Qual Pastor que apascenta”. (Is. 40,11). Em Cachoeiro de Itapemirim, trabalhou incentivando a comunicação impressa, adquirindo uma emissora de rádio e investindo na formação de padres para assumirem o comando desses veículos.
Dezessete anos depois, no dia 3 de dezembro de 2002, foi nomeado arcebispo de Vitória pelo Papa João Paulo II, para ser sucessor de Dom Silvestre Luís Scandián, SVD, cargo que assumiu em 23 de fevereiro de 2003. Em Vitória, trabalhou recuperando a posse da Rádio FM e criando um Centro de Documentação, para resgatar a história não só da Igreja, mas do estado e, principalmente, estabelecendo uma comunicação, transparente e contínua, com a imprensa local. Gostava das novas linguagens e não recusava usá-las, sempre que possível e necessário: escrita, imagem, som, mídia visual.
Teve a sua renúncia aceita pelo Papa em 7 de novembro de 2018. Foi membro da Regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreendia, à época, os estados de Espírito Santo (hoje Leste 3) e Minas Gerais. Participou da “Dimensão Missionária” e do Conselho de Pastoral da CNBB. É o autor de três livros: “Ore Comigo”, “Nos Passos de Jesus” e “Vitrais, um hino a Deus Criador”.