Yunus e outras personalidades discutem nesta sexta-feira, 10, perspectivas sobre desarmamento e armas nucleares
Da redação, com Rádio Vaticano
“Não é justo que alguém produza armas nucleares para matar as pessoas em massa e ameaçar a paz no mundo”. Foi o que disse o economista bengalês Muhammad Yunus, conhecido como “o banqueiro dos pobres” e premiado em 2006 com o Nobel da Paz. Yunus participa do Simpósio, iniciado nesta sexta-feira, 10, no Vaticano, sobre “Perspectivas por um mundo livre de armas nucleares e por um desarmamento integral”.
Promovido pelo órgão vaticano para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, o simpósio conta com a participação de grandes personalidades, entre elas Yunus, fundador do Grameen Bank, banco destinado à eliminação da pobreza no mundo, onde pessoas pobres, que nunca tiveram acesso ao sistema bancário, fazem empréstimos, sem garantias ou papéis.
Ao fazer um paralelo sobre a pobreza no mundo e as armas nucleares, tema do simpósio, Yunus foi enfático. “O que elas têm em comum é um distúrbio mental. Quem produz armas nucleares para matar as pessoas ou ameaçar o mundo, tem um problema mental. Não é justo que alguém produza armas nucleares para matar as pessoas em massa e ameaçar a paz no mundo. Isso deve ser combatido. É normal que as pessoas no mundo não concordem umas com as outras, mas quando isso acontece as coisas devem ser resolvidas de forma racional. A pobreza é um mal assim como as armas nucleares são um mal. “.
Yunus acrescenta que, para combater a pobreza é necessário redesenhar os sistemas sociais a fim de incluir todos. “Serve um desenho social inclusivo. Os pobres são seres humanos assim como os outros, assim como os ricos, e possuem os mesmos direitos humanos. O sistema inclusivo é o que tira as barreiras para incluir todas as pessoas. Foi o que fizemos e funcionou”, comentou Yunus.
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Segundo o “banqueiro dos pobres”, toda a riqueza do mundo agora se encontra nas mãos de poucas pessoas. “Por exemplo: hoje, 8 pessoas no mundo são proprietárias de mais de 50% das riquezas do mundo. A situação piora a cada ano que passa. Os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”, afirmou.
“Não sabemos, mas talvez no próximo ano haverá 1% da população que será proprietária de quase toda a riqueza do mundo. A solução é que se deve agir, e uma maneira é a redistribuição das riquezas. Dessa forma os 99% deixados de lado terão alguma coisa para sobreviver”, finalizou Yunus.