Pandemia

"Não vivemos uma crise de solidariedade", diz presidente da Cáritas Portuguesa

Rita Valadas avalia que, neste tempo de pandemia, há solidariedade e uma atenção redobrada com os que mais precisam

Da redação, com Agência Ecclesia

O tempo de pandemia caracteriza-se pela grave crise sanitária que já obrigou a vários confinamentos. À difícil situação verificada nos hospitais nos primeiros meses deste ano em Portugal, com a sobrelotação dos cuidados intensivos e o aumento da mortalidade, juntam-se agora os problemas econômicos e sociais.

No entanto, Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa, diz que não há uma crise de solidariedade em Portugal. Em entrevista à Agência Ecclesia, a responsável portuguesa da Cáritas afirma que tem “um patrimônio de esperança enorme”.

“Nós não vivemos uma crise de solidariedade. Eu tenho um patrimônio de esperança enorme naquilo que vai acontecer. Porque aquilo que eu tenho assistido com todos os desafios que me têm sido lançados é que a atenção das pessoas é redobrada. Vêm ter conosco para nos fazerem perguntas. Durante a Semana Nacional da Cáritas uma das coisas que eu mais ouvi foi dizerem-me: ‘nós queremos fazer parte, mas não é só para a Semana Nacional’. E agora o desafio está do nosso lado” – afirma.

Solidariedade

“Um pouco do nosso salário pode fazer a diferença na vida de muita gente” – diz Rita Valadas sublinhando que a situação de “grande crise” pandêmica, há mais de um ano, pode ser um “estímulo à atenção” dirigida àqueles que mais sofrem.

 “Quando há uma situação de grande crise, há um estímulo à atenção. Quando somos obrigados a parar, percebemos que meia hora do nosso dia pode fazer a diferença completa na vida de uma pessoa. Um euro do nosso salário pode fazer a diferença na vida de muita gente” – frisa.

A presidente da Cáritas Portuguesa salienta que a crise de covid-19 afetou pessoas que “tinham emprego” e que agora encontram-se “na situação de precisar das coisas mais básicas como comer e beber”. “Sabemos que há muita necessidade escondida” – afirma.

Rita Valadas destaca que esta crise é “democrática, assaltou a todos”, e “pode acontecer a qualquer um”. A presidente da Cáritas Portuguesa deixa um aviso a quem está sofrendo com a pandemia: “Não busquem a culpa porque a culpa não é de ninguém”.

Acontece em Portugal a campanha da Cáritas Portuguesa para a consignação de 0,5% do IRS, o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Um ato sem custos para o contribuinte, mas que pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Uma campanha para apoiar as famílias em Portugal.

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