Atacados por extremistas do Al Shabaab, cristãos foram defendidos por muçulmanos: “Matem todos ou nos deixem ir”
Rádio Vaticano
A notícia de que um grupo de muçulmanos evitou um novo massacre de cristãos na segunda-feira, 21, no Quênia, ganhou destaque nas manchetes internacionais. O fato aconteceu na fronteira com a Somália, um mês depois da visita do Papa Francisco ao país.
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Extremistas do Al Shabaab abordaram um ônibus e intimaram os muçulmanos a se separarem dos cristãos, mas sem sucesso. De acordo com testemunhas, a resposta teria sido: “Matem todos ou nos deixem ir”. Apesar disso, duas pessoas morreram e três ficaram feridas.
Sobre este episódio surpreendente, a Rádio Vaticano ouviu o pároco de Iriamurai, na diocese de Umbu, padre Piero Primieri. Confira
Padre Primieri – A imprensa local, sobretudo o jornal mais difuso, o Daily Nation, deu grande destaque à notícia com uma página inteira, descrevendo como os muçulmanos formaram um escudo para os cristãos contra o Al Shabaab. A notícia traz grande encorajamento, é uma alegria ver como as coisas estão mudando.
Não é a primeira vez que ataques são registrados naquela região? Como é a realidade local?
Padre Primieri – Estamos no nordeste do Quênia, entre a Somália e a Etiópia. Uma zona um pouco difícil, porque além dos somalis também há a presença dos Oromo que saem da Etiópia em direção ao sul. Portanto, é uma região muito difícil. No mesmo lugar já haviam sido registrados outros ataques.
Qual é a importância dessa decisão dos muçulmanos?
Padre Primieri – Encoraja. Na verdade, o governo se esforça para conter os ataques junto aos imãs e lideranças muçulmanas locais. Recentemente, em todo o país, estas lideranças exortaram por uma mudança de comportamento. Quem sabe, um pouco eles, um pouco a visita do Papa, algo está mudando também entre os muçulmanos.
O Papa havia pedido uma única nação…
Padre Primieri – Sim, penso que a visita do Papa tenha muitas consequências. Aqui, escuto as pessoas que comentam positivamente o que aconteceu e dizem: é verdadeiramente fruto da visita do Papa, do quanto disse e do comportamento que teve em relação a todos, porque o Papa soube tocar de verdade os corações.
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