Relatório

AIS denuncia 'limpeza étnico-religiosa' contra cristãos

Relatório referente ao período de 2013 a 2015 revela perseguição religiosa extrema e estima que o cristianismo estará em vias de extinção em muitas regiões bíblicas

Da Redação, com Agência Ecclesia

A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) divulgou nesta terça-feira, 13, um relatório em que denuncia a “limpeza étnico-religiosa” contra os cristãos no Oriente Médio e regiões da África, alimentada pela “ameaça” de genocídio feita por grupos islâmicos.

Intitulado “Perseguidos e Esquecidos”, sobre os cristãos oprimidos por causa de sua fé, o relatório estima que o cristianismo estará em vias de extinção no coração de muitas das regiões bíblicas no espaço de uma geração, senão antes.

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A análise foi feita no período entre 2013 e 2015, identificando situações de perseguição religiosa extrema na Arábia Saudita, China, Coreia do Norte, Eritreia, Iraque, Nigéria, Paquistão, Sudão, Síria e Vietnã. Segundo o documento, 80% das perseguições são contra cristãos, “de longe o grupo religioso mais perseguido”. A apresentação pública do relatório está prevista para as 18h em Lisboa, Portugal.

O arcebispo católico de Alepo, Dom Jean-Clement Jeanbart (greco-melquita), dá testemunho da situação vivida em sua cidade, na Síria. Ele revela que a catedral foi bombardeada seis vezes e sua casa já foi atingida mais de dez vezes.

“Estamos enfrentando a raiva de uma jihad extremista. Podemos vir a desaparecer em breve”, alerta, em nome das pessoas que são indefesas diante das ações do autoproclamado Estado Islâmico. “Somos o alvo principal daquilo a que o califado chama campanha de limpeza religiosa”, acrescenta.

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O relatório mostra preocupações com a ascensão de grupos militantes islâmicos na Nigéria, Sudão, Quênia e Tanzânia, bem como em relação à perseguição contra cristãos levada a cabo por “movimentos religiosos nacionalistas – muçulmanos, hindus, judeus e budistas”.

Catarina Martins Bettencourt, que dirige o secretariado português da Fundação AIS, explicou que desde o último relatório não houve melhorias e é grande a preocupação frente às notícias que têm chegado do Oriente Mèdio. “Há o risco real do desaparecimento do Cristianismo destes países”, insiste.

Para este trabalho, a Fundação AIS entrevistou sacerdotes, bispos, religiosas e leigos, compilou testemunhos de pessoas que vivenciaram casos de violência e consultou notícias publicadas pelos meios de Comunicação Social locais.

A AIS convidou para a apresentação deste documento o bispo de Zaria, na Nigéria, Dom George Jonathan Dodo; o padre Aurèlio Gazzera, carmelita descalço na República Centro-Africana; e a irmã Annie Demerjian, da Congregação das Irmãs de Jesus e Maria, em Alepo, Síria.

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